Autoridades de saúde de Mato Grosso do Sul estão preocupados com os casos de Leishmaniose no Estado. Fazendo um breve comparativo, enquanto o último caso confirmado de febre maculosa no Estado ocorreu em 2018, a leishmaniose continua sendo uma ameaça constante.
De acordo com os dados atualizados no último dia 20 pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), de janeiro até gora foram 56 casos de leishmaniose visceral e quatro óbitos, enquanto que a tegumentar já contabilizou 78 casos e nenhuma morte.
Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta quarta-feira (21), a Gerente Estadual de Zoonoses da SES, Camile Sanches Silva, esclareceu os principais aspectos relacionados à doença e ressaltou a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. A doença fez uma vítima na semana passada em Três Lagoas.
Segundo a gerente, a leishmaniose é endêmica em Mato Grosso do Sul, afetando a maioria dos municípios. No ano passado, foram registrados mais de 150 casos confirmados e 19 óbitos relacionados à doença. Crianças menores de dois anos e pessoas com doenças imunossupressoras estão mais suscetíveis a desenvolver casos graves da doença.
"É importante o controle dos reservatórios da doença, que são os cães, por meio de testagem e, quando necessário, eutanásia dos animais positivos. Além disso, o controle dos vetores, por meio de ações de limpeza e educação sanitária, é fundamental para reduzir a proliferação do mosquito-palha. O tratamento adequado da leishmaniose, tanto em humanos quanto em animais, está disponível na rede pública de saúde", explica.
Se tratando dos sintomas, Camile destaca que a quintais com terrenos úmidos são os principais locais onde o inseto se faz presente. "A leishmaniose é transmitida pela picada de um mosquito chamado flebótomo, também conhecido como mosquito-palha. Esse mosquito se reproduz em áreas com acúmulo de matéria orgânica, como quintais e terrenos úmidos. A transmissão ocorre quando o mosquito infectado pica um cão, que atua como reservatório da doença, e posteriormente pica um ser humano. Não há transmissão direta da pessoa para pessoa", detalha.
A profissional ainda explica qual procedimento tomar caso o cachorro apresentar sintomas da doença. "A pessoa deve procurar o Centro de Zoonoses de seu município, onde poderá ser realizado o teste e receber orientações. Caso não haja um Centro de Zoonoses, é possível entrar em contato com a Secretaria de Saúde local para obter o encaminhamento adequado", diz.
Enquanto a febre maculosa apresenta baixa incidência no Estado, a leishmaniose continua sendo um desafio para as autoridades de saúde. A conscientização da população sobre os riscos da doença, a adoção de medidas preventivas, como o uso de repelentes em animais e a limpeza adequada dos quintais, são fundamentais para evitar a propagação da leishmaniose e proteger a saúde da população de MS.
Com 79 municípios, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) adota uma abordagem de saúde integrada para atender todos os municípes. "Trabalhamos no controle da população de cães, por meio de testes e, quando necessário, da eutanásia dos animais infectados. Também realizamos ações de controle de vetores e conscientização da população sobre a importância da limpeza dos quintais. Além disso, incentivamos a descentralização dos testes para diagnóstico em unidades de saúde, para que o tratamento seja iniciado o mais rapidamente possível", reforça.
Febre maculosa - Segundo Camile, desde 2018, não foram confirmados casos da doença no Estado. No entanto, casos suspeitos são monitorados e descartados regularmente. Atualmente, há um caso em investigação em Campo Grande, mas acredita-se que não será confirmado.
"Historicamente, houve apenas um caso confirmado no município de Coxim e seis casos confirmados em Campo Grande. No entanto, a distribuição da doença é baixa no Estado", afirma.
Mas apesar da baixa distribuição, a profissional destaca os cuidados que devem ser tomados neste período. "O principal diferencial da febre maculosa está relacionado ao histórico de exposição. As áreas de risco para essa doença são aquelas onde há matas, beiras de rios, trilhas ou locais frequentados pela população em parques. Quando uma pessoa apresenta sintomas associados a esse histórico de exposição, é considerado um caso suspeito da doença. Portanto, ao frequentar esses locais, é importante se proteger e, caso surjam sintomas, buscar imediatamente assistência médica", detalha.
Locais como o Parque das Nações Indigenas em Campo Grande, acaba sendo um local propício para o acumulo de carrapatos contaminados, já que o número de capivaras no local é bastante alta. "Sim, as capivaras podem abrigar carrapatos que transmitem a febre maculosa. No entanto, é importante lembrar que as capivaras também são vítimas desses carrapatos. Recomenda-se evitar o contato próximo com esses animais, pois eles são selvagens. Além disso, é fundamental utilizar medidas de proteção, como roupas claras, manga comprida, calças e botas ao frequentar áreas com capivaras. Devemos ter uma atenção especial aos cães que são levados para esses locais, pois eles podem se aproximar das capivaras e serem picados pelos carrapatos", salienta.
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