Com 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis, Aquidauna registrou no sábado o primeiro caso de Covid-19. A paciente de 53 anos, teria sido contaminada em Campo Grande. O caso acendeu o alerta de autoridades de saúde do município, como a médica nefrologista Viviane Nogueira Orro. Em entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias de hoje (1º) ela demonstrou preocupação com a situação da saúde no município.
"A Prefeitura adotou há alguns dias medidas como a obrigatoriedade de uso de máscaras e o afastamento social. Mas sabemos que há dificuldade porque as pessoas precisam trabalhar e tem ainda a questão cultural de achar que o vírus não chegou. Que estamos todos imunes a ele, o que não é verdade e nos preocupa muito", salientou a médica.
Ele reitera que o temor é maior ainda em relação a questão da infraestrutura regional. Ou pior a falta dela. "Temos que lembrar que o hospital de Aquidauana é regional e atende não só o município mas toda a região num universo de aproximadamente 300 mil habitantes. Temos uma rede de média a alta complexidade. Então nossa preocupação é grande porque dos 10 leitos de UTI somente de 5 a 6 estão equipados para atendimento", reforçou.
Diante do cenário ela destaca, como presidente do PSD em Aquidauana, que o partido tem a maior bancada de vereadores na cidade. "Diante disso temos nos reunido semanalmente, durante o período de pandemia por saber que temos responsabilidade social com as políticas públicas de saúde. Como órgão de representatividade pedimos esclarecimentos a secretaria de Saúde sobre as medidas de enfrentamento a covid-19, sobre número de leitos e uso de recursos na saúde", destacou Viviane.
Outra preocupação muito grande da médica diz respeito ao número real de casos. "Em Aquidauana não realizamos nem 100 testes. O Governo federal está investindo milhões na saúde pública, dando livre arbítrio para que gestores usem os recursos da melhor forma para evitar alastramento da doença. Por isso queremos saber onde estão sendo investidos os recursos. Aquidauana teve mais de R$ 10 milhões de recursos para ações e precisamos saber o que está sendo feito", questiona.
Finalmente a média destaca que já é sabido que única forma de descobrir o volume de infectados é por meio de testagens em massa. "Os países que saíram da pandemia com menor número de mortos e infectados foram os que fizeram teste em massa", concluiu.
A entrevista completa você confere no áudio abaixo.
