Ao que tudo indica, serão mantidos neste ano em Mato Grosso do Sul, os programas CNH Social e Voucher Transportador. A confirmação é do diretor-presidente do Detran/MS, Rudel Trindade, que disse em entrevista ao Giro Estadual de Notícias nesta segunda-feira (22) que irá levar a pauta ao governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB).
"Estou determinado a propor ao governador a ampliação da CNH Social, especificamente para motociclistas, considerando o crescente número de trabalhadores que dependem de motos para entregas e outras atividades profissionais, sublinhando a necessidade de estarem devidamente habilitados. Essas iniciativas assertivas do Governo do Estado têm um impacto direto e positivo na vida das pessoas, demonstrando o poder de políticas sociais bem direcionadas", revela.
A chegada de uma grande indústria de celulose em Inocência evidencia a necessidade urgente de caminhoneiros habilitados, refletindo uma situação que se repete em outras regiões do Estado, como Maracaju e Corumbá, todas enfrentando desafios semelhantes relacionados à habilitação de trabalhadores para suprir as necessidades do mercado de trabalho local.
"A necessidade de pessoal qualificado é tão crítica que a indústria tem feito apelos diretos ao governo, solicitando ajuda para garantir a disponibilidade de caminhoneiros habilitados para atender à demanda crescente. Essa situação me remete ao que ocorreu com a Eldorado Celulose em Três Lagoas, onde, já naquela época, a movimentação de caminhões era intensa, com cerca de 200 veículos descarregando diariamente. Essa demanda por transporte não diminuiu; pelo contrário, aumentou", explica.
Vale lembrar, que hoje, o Sest Senat divulgou a relação de novos 2 mil candidatos selecionados na terceira chamada do programa Mais Motoristas. Os novos convocados se somam a outros 4 mil selecionados nas duas primeiras chamadas. Em sua primeira edição, a iniciativa do Sest Senat recebeu aproximadamente 55 mil inscritos. A instituição disponibilizou, inicialmente, 2.793 vagas, em 86 Unidades Operacionais, em todas as regiões do país. Agora, está ofertando mais 2 mil vagas e, nos próximos meses, serão realizadas novas chamadas.
Atualmente, a necessidade de caminhoneiros qualificados e habilitados é mais urgente do que nunca, não apenas para atender às necessidades da nova indústria em Inocência, mas também em outras áreas com demandas similares. "Maracaju, por exemplo, enfrenta suas próprias necessidades, assim como Corumbá, que tem desafios relacionados à indústria de mineração. Em Ribas do Rio Pardo, a demanda por trabalhadores qualificados é um eco das necessidades expressas por outras regiões, sublinhando a urgência de preparar e habilitar pessoas para preencher essas vagas essenciais", destaca.
Trindade também criticou o processo de habilitação no Brasil, considerando-o excessivamente burocrático e caro. Ele destacou esforços para simplificar esse processo, incluindo mudanças significativas que reduzem custos para os candidatos à habilitação, como a alteração na exigência de diretores com nível superior nas autoescolas, uma medida que promete diminuir os gastos operacionais e, consequentemente, os custos para os usuários.
"Nesse sentido, temos nos esforçado para simplificar esse processo e diminuir os custos associados. Anualmente, o governo estadual solicita uma análise das nossas taxas com o objetivo de reduzir custos, e embora tenhamos feito progressos, os preços ainda são elevados. É importante frisar que as autoescolas ou Centros de Formação de Condutores (CFCs) não são os responsáveis por esses entraves; em vez disso, são as rigorosas exigências federais sobre a estrutura e operação dessas instituições que acabam por aumentar os custos", diz.
Além da habilitação, a segurança no trânsito é uma prioridade para o Detran/MS, com o órgão alcançando cerca de 50 mil pessoas através de campanhas educativas e o "Detranzinho", um projeto voltado para a conscientização de crianças. Apesar dessas iniciativas, Trindade expressou preocupação com a cultura de desrespeito às normas de trânsito, incluindo o desrespeito aos semáforos e os altos índices de infrações por condução sob efeito de álcool, destacando a importância de uma colaboração contínua com as forças policiais na aplicação da Lei Seca.
"Um aspecto preocupante ainda é a nossa cultura de desrespeito às normas de trânsito, como observei recentemente com um motorista avançando o sinal vermelho sem necessidade, em uma rua vazia, pela manhã. Esse tipo de comportamento contribui significativamente para o alto número de acidentes, especialmente em cruzamentos sinalizados, onde o semáforo existe justamente para proteger pedestres e motoristas", informa.
O diretor-presidente complementa: "Nossa colaboração com outras forças policiais na aplicação da Lei Seca também revela desafios, com um número alarmante de infrações por condução sob efeito de álcool. Embora tenhamos sido reconhecidos por nossas iniciativas inovadoras em educação para o trânsito, recebendo prêmios, está claro que ainda temos uma longa jornada pela frente na luta pela segurança viária", informa.
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