Nos últimos dias, o quadro de saúde do presidente Jair Bolsonaro, que foi internado após dores abdominais e diagnosticado com a suboclusão intestinal, quando uma barreira dificulta a livre passagem de fezes e gases pelo interior do órgão, trouxe dúvidas à população sobre esse tipo de complicação. É nesse sentido que o Giro Estadual de Notícias recebeu nesta terça-feira (20), o cirurgião do Instituto do Aparelho Digestivo, doutor Cesar Conte.
Bolsonaro teve forte crise de soluço e dores abdominais antes da internação que, segundo o doutor Cesar, são indicativos da doença. Além disso, ele também confirma que a recente situação tem ligação direta com a facada que o presidente levou em 2018.
“O que ele viveu em relação ao soluço era um indicativo de que algo não ia bem, se queixando da barriga estufada, algo que mostrava que o trânsito não estava normal. Esse dissabor que ele passou desde semana passada tem ligação direta com a facada em setembro de 2018. Aquele ferimento por arma branca foi classificado pelos médicos habituados à cirurgia abdominal como algo muito grave. Ele teve muita sorte, pois foi muito bem operado naquele momento e agora possui uma sequela deste evento”, confirma.
O cirurgião também informa que não existem formas específicas para evitar a suboclusão, mas que a evolução da medicina contribui para uma recuperação mais efetiva. “Infelizmente não há métodos para evitar esse tipo de complicação. Contudo, a evolução da medicina trouxe métodos menos invasivos, impedindo a criação de grandes traumas, com poucas aderências. Isso não se aplica em traumas graves, onde a cirurgia convencionalmente é necessária, como foi o caso do presidente em 2018, quando o mesmo desenvolveu uma hérnia”, alerta.
Durante a internação de Jair Bolsonaro, muitas imagens circularam pela internet mostrando os aparelhos utilizados em sua recuperação. Os equipamentos são essenciais para o tratamento dessa complicação junto a uma dieta restritiva de acordo com Cesar.
“A grande questão desse caso é o repouso alimentar. Imagine que nosso intestino delgado é uma mangueira de jardim, e que em alguns momentos ela pode dobrar e deixar de ter um fluxo adequado. A primeira coisa que se faz é suspender a dieta via oral. A sonda nasal que o presidente usou tinha o objetivo de aliviar a obstrução e drenar a secreção que está forçando o intestino, para que o órgão possa voltar a circular e desfazer alguns acotovelamentos. Depois recebeu nutrição parenteral, uma alimentação estabelecida via venosa muito importante. Após a melhora e eliminação dos gases, entendendo que não precisaria de cirurgia, ele permaneceu a se alimentar de uma dieta branda, com poucas quantidades de fibras e resíduos para não forçar outro episódio semelhante”, esclarece.
Assim como a suboclusão, outra constipação comum a maioria dos brasileiros é o famoso intestino preso (obstipação), que consiste na dificuldade em eliminar fezes. Mesmo que a primeira não possua métodos diretos para se evitar, o cirurgião não descarta uma boa alimentação para amenizar possíveis quadros e, de quebra, também auxilia aos que sofrem de obstipação.
“A dieta rica em fibras, de maneira geral, com legumes, verduras, frutas e uma grande quantidade de água, habitualmente, são fatores que fazem com que nosso intestino tenha um trânsito mais rápido e um movimento mais efetivo de fezes bem formadas. Evitar alimentos hipercalóricos e carboidratos também é muito importante” finaliza.
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