Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias nesta terça-feira (1º), o deputado estadual Júnior Mochi (MDB) fez duras críticas à CCR MSVia, concessionária responsável pela BR-163, principal rodovia que corta Mato Grosso do Sul de norte a sul. Segundo o parlamentar, a empresa descumpriu o contrato de concessão e deixou de realizar a duplicação da via conforme previsto, mesmo após receber bilhões em financiamentos públicos e arrecadações com pedágios.
"Esse contrato previa a duplicação de 845 quilômetros em cinco anos, mas até hoje foram executados apenas 150. Isso representa 18% do acordado. A CCR falhou com Mato Grosso do Sul", declarou Moch.
Desde seu retorno à Assembleia Legislativa, o deputado lidera uma comissão temporária para acompanhar o contrato de concessão da BR-163. A comissão, composta por outros quatro parlamentares, já realizou audiências públicas em Naviraí, Dourados, Coxim, São Gabriel do Oeste, Rio Verde e, mais recentemente, em Rio Brilhante.
Parlamentar do MDB cobra responsabilização da concessionária por descumprimento de contrato e lidera série de audiências públicas em defesa da duplicação da principal rodovia do Estado
A próxima audiência será realizada em Campo Grande, na segunda-feira, às 9h, em parceria com a Câmara Municipal. “Convidamos toda a bancada federal, os prefeitos dos 21 municípios afetados e representantes da sociedade civil. O objetivo é apresentar um documento com reivindicações da população e entregá-lo ao Ministério Público Federal para que sejam tomadas medidas legais cabíveis”, afirmou o deputado.
Mochi também criticou a repactuação do contrato aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que prevê apenas 213 km adicionais de duplicação, além de faixas adicionais e acostamentos. “Isso está muito longe do sonho de quem depende dessa rodovia. Queremos uma perícia que revele quanto foi investido e o que foi deixado de fazer. A empresa deve ser obrigada a restituir o que deve à sociedade com obras emergenciais”, ressaltou.
Pantanal e preservação ambiental em pauta - Outro tema abordado pelo deputado foi a preservação do Pantanal. Mochi destacou a aprovação do “Projeto Pantanal”, que cria um fundo voltado à captação de recursos nacionais e internacionais para ações sustentáveis no bioma.
“O Pantanal é um ecossistema único no mundo. Nós aprovamos uma legislação que respeita o pantaneiro, suas atividades centenárias, mas que também busca preservar e evitar desastres como os incêndios de 2023, que consumiram mais de um milhão de hectares”, explicou o parlamentar.
Júnior Mochi também pontuou os avanços no combate à violência contra a mulher. Segundo ele, a Assembleia Legislativa tem atuado com firmeza diante do aumento alarmante dos casos de feminicídio no Estado.
Júnior Mochi cobra responsabilização da CCR e defende ações emergenciais na BR-163 em Mato Grosso do Sul.
“Foram mais de 24 mil boletins de ocorrência em 2024, com mais de quatro mil medidas protetivas. Isso mostra que vivemos uma epidemia. A população, especialmente os homens, está doente. A Assembleia reuniu todos os poderes e aprovou leis que endurecem a punição ao agressor. Não podíamos fechar os olhos para essa tragédia”, disse.
Mochi elogiou a atual relação entre os poderes em Mato Grosso do Sul. Para ele, a harmonia entre Executivo, Legislativo e Judiciário tem sido fundamental para o desenvolvimento do Estado.
“O Estado vive um momento excepcional. Temos os maiores índices de investimento do país, a menor taxa de desemprego e uma das maiores rendas per capita. Isso é fruto da autonomia respeitada entre os poderes, mas também da cooperação institucional”, avaliou.
Cenário político de 2026 e reestruturação partidária - O deputado comentou os movimentos políticos para as eleições de 2026, destacando as discussões sobre federações, fusões e incorporações partidárias que envolvem legendas como MDB, PSDB, União Brasil e Republicanos.
“É um momento delicado. O MDB está analisando cenários, mas ainda não há nada definido. O difícil não é fazer os acordos em Brasília, mas sim adaptar essas alianças à realidade local, onde há lideranças com visões políticas divergentes”, ponderou.
Mochi explicou que até setembro, um ano antes da eleição, todas as definições partidárias precisam estar concluídas. “A política é dinâmica. Estamos atentos e dialogando com todos os setores para garantir o melhor para o Mato Grosso do Sul.”
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