A diretora de pesquisa da Dakila Pesquisas, Fernanda Lima, revelou nesta quarta-feira (21), durante entrevista ao Giro Estadual de Notícias, os bastidores e as descobertas impressionantes da série documental "Caminho do Peabiru – O Legado Que o Tempo Escondeu". A produção propõe um mergulho profundo em uma das rotas terrestres mais antigas das Américas, que atravessa séculos e fronteiras geográficas, e que hoje passa por um processo de resgate histórico conduzido com o apoio da ciência e da tecnologia.
“Estamos diante de caminhos extremamente antigos, muitos dos quais permaneceram abandonados por séculos. Por isso, estamos empenhados em um minucioso trabalho de remapeamento do Caminho de Peabiru, com o objetivo de identificar com precisão seu traçado original e resgatar esse capítulo essencial da história brasileira e sul-americana”, afirmou Fernanda.
Com mais de três décadas dedicadas à pesquisa científica e histórica, a Dakila Pesquisas tem sede em Corguinho, a 100 km de Campo Grande, e abriga o primeiro observatório astronômico do estado. A instituição reúne cerca de 800 mil associados em todo o Brasil e em países ao redor do mundo, com atuação em diversas áreas como arqueologia, história, astronomia e genética.
Série documental da Dakila Pesquisas lança nova luz sobre antiga rota milenar do continente americano e propõe resgate histórico com apoio de tecnologia de ponta
“Atualmente, temos direcionado um foco maior para estudos em arqueologia e história. Nosso corpo técnico é formado por profissionais qualificados e pessoas que se aproximam gradualmente do grupo, contribuindo para o seu constante crescimento”, explicou a diretora.
Luzes misteriosas e evidências surpreendentes - Além das rotas antigas, outros fenômenos chamam a atenção dos pesquisadores da Dakila. Desde fevereiro, moradores de Corguinho e até da capital Campo Grande têm registrado luzes misteriosas no céu. A equipe tem divulgado as imagens para estimular observações e ampliar a base de registros.
“Essas aparições não foram observadas apenas por nossos associados, mas também por moradores da região e até por pessoas em Campo Grande. Estamos divulgando os registros com o objetivo de estimular outras pessoas a observarem o céu e enviarem suas filmagens para nós”, contou Fernanda.
As investigações da Dakila vêm sendo potencializadas pelo uso de tecnologias como o LiDAR — um tipo de laser que atravessa vegetações densas e revela estruturas ocultas no solo — e GPS com leitura de profundidade. Essas ferramentas têm sido cruciais para identificar túneis subterrâneos e extensões de caminhos desaparecidos sob a mata.
“É como se a mata fosse retirada virtualmente, permitindo observar estruturas que estariam completamente escondidas a olho nu. Isso torna o trabalho mais ágil, seguro e preciso”, esclareceu a diretora.
Durante as expedições, os pesquisadores encontraram estruturas que sugerem o uso de tecnologias avançadas para a época. Marcas em pedras, pegadas fossilizadas e pavimentações milenares com lógica construtiva desafiam o entendimento convencional da arqueologia.
“Encontramos pegadas de tamanhos incomuns, incluindo algumas com mais de dois metros de comprimento — o que nos remete à hipótese de pegadas de seres gigantes. São achados que desafiam nosso entendimento convencional”, revelou Fernanda Lima.
Uma história contada pelos brasileiros - A proposta da série documental vai além da divulgação científica. A ideia é resgatar a história brasileira sob uma nova ótica, valorizando versões que não foram contadas oficialmente nos livros. O Caminho do Peabiru é tratado como um patrimônio cultural que precisa ser compreendido, respeitado e incluído na educação nacional.
“Costumamos dizer que a história brasileira foi — e ainda é — contada majoritariamente a partir da perspectiva europeia. Quando passamos a enxergar a riqueza cultural e histórica dos povos que vivem em áreas ignoradas, percebemos que não poderíamos permitir que essa memória permanecesse escondida ‘debaixo do tapete’”, reforçou a diretora.
A série propõe ainda a integração entre história, turismo e economia local, a exemplo de outros países onde essas rotas são aproveitadas como atrativos turísticos. A preservação e valorização desses caminhos podem gerar renda e reconhecimento para comunidades envolvidas.
“Observamos que essas rotas, em outros países, são amplamente exploradas como atrativos turísticos, contribuindo significativamente para a economia local e valorizando a história. Foi justamente a partir dessa observação que surgiu a ideia de unir pesquisa histórica com turismo e valorização de diversos profissionais”, comentou Fernanda.
Para registrar os caminhos e vestígios, a equipe da série documental precisou enfrentar condições desafiadoras. As expedições contam com logística aérea, cilindros de oxigênio, estudos prévios de segurança e o trabalho de equipes multidisciplinares.
“Encontrar pessoas dispostas — e fisicamente preparadas — para realizar esse tipo de filmagem é um verdadeiro desafio. Muitos dos locais que exploramos exigem bastante resistência e preparo físico”, disse a diretora, ao lembrar da última equipe de filmagem composta por 35 pessoas.
Um dado intrigante revelado pelas pesquisas é que muitas das atuais rodovias foram construídas diretamente sobre caminhos históricos, encobrindo as marcas originais. As pedras antigas permanecem sob o asfalto, invisíveis para quem passa diariamente por essas vias.
“Em diversas localidades que visitamos, é possível identificar claramente uma pavimentação recente sobre uma estrutura muito mais antiga. Isso torna essa descoberta ainda mais relevante”, afirmou Fernanda Lima.
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