Sustentabilidade é a palavra do momento e o setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul vem mostrando que está alinhado com o segmento. Em entrevista nesta manhã (19) no Giro Estadual de Notícias, o diretor-executivo da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), Érico Paredes, trouxe detalhes de como o setor vem priorizando o meio ambiente nas produções.
“O setor sucroenergético é um excelente exemplo de sustentabilidade. Produzimos etanol, um combustível renovável e limpo, que emite 90% menos gases poluentes comparado à gasolina. Isso não só gera empregos e desenvolvimento local, mas também promove a inovação tecnológica”, explica.
Para Érico, a questão da descarbonização e da redução do consumo de combustíveis fósseis é essencial, e o etanol é uma resposta efetiva a isso. “Mato Grosso do Sul, sendo o quarto maior produtor do Brasil, tem se destacado na produção desse combustível limpo e renovável”, detalha.
O setor também se destaca pelo reaproveitamento de todos os seus resíduos, que agora são considerados subprodutos. “Utilizamos a palha para gerar energia elétrica, a vinhaça para fertirrigação dos canaviais e as cinzas e tortas como adubo orgânico. Além disso, estamos explorando a produção de etanol de segunda geração (etanol 2G) a partir da celulose, o que permite aumentar a produção de etanol em 50% sem a necessidade de expandir as áreas de cultivo”, informa.
Érico ressalta que o objetivo é maximizar o potencial de um produto já limpo e renovável, transformando resíduos em subprodutos e promovendo uma economia circular. “Dessa forma, a atividade se torna neutra em termos de emissões. No Mato Grosso do Sul, estamos focados em potencializar esse aspecto. Nosso trabalho garante que o Brasil mantenha sua liderança na produção sustentável de etanol. Estamos muito satisfeitos e orgulhosos de fazer parte desse movimento”, salienta.
Érico Paredes em entrevista ao Giro Estadual de Notícias
Ao longo dos anos, as tecnologias têm constantemente melhorado e proporcionado ganhos significativos de eficiência no setor sucroenergético. No ambiente em MS, a situação não é diferente. “Estamos em um ambiente competitivo como o nosso, cada avanço tecnológico resulta em produtos de melhor qualidade e custo mais baixo. Isso inclui eficiências tanto na indústria quanto na agricultura”, explica.
“Atualmente, dispomos de sistemas de produção mais eficientes, incluindo a geração de energia interna. As inovações abrangem desde métodos aprimorados de aplicação de defensivos agrícolas, com o uso de drones, até o emprego de moléculas mais eficazes e menos prejudiciais ao meio ambiente.
Safra - Com a Safra 2023/2024 em andamento, as usinas de cana-de-açúcar registraram recuperação no processamento da matéria-prima em Mato Grosso do Sul. Até 30 de novembro, foram moídas 46,3 milhões de toneladas de cana. A quantidade supera o registro total da temporada passada em 3,8%. Em relação ao mesmo período do ciclo anterior (abril a novembro), o processamento da matéria-prima foi 16,6% maior.
Outro destaque da safra é a concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) que registrou 142,50 kg por tonelada de cana, sinalizando melhora na qualidade da matéria-prima com uma média 3,32% acima do ciclo anterior.
“É um ciclo de recuperação de produção e produtividade em Mato Grosso do Sul. A boa distribuição de chuvas nos canaviais permitiu que as usinas avançassem nos seus cronogramas de colheita preservando a qualidade da matéria-prima e estendendo os trabalhos nas lavouras”, explica. O ciclo em andamento se encerra em 31 de março de 2024.
