Em um cenário de crescimento econômico expressivo, Campo Grande registrou a abertura de 4.092 empresas em 2023, representando 30,50% do total no Mato Grosso do Sul, conforme dados da Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio. Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias nesta quarta-feira (10), o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Renato Paniago, discutiu os esforços e planos da entidade para 2024.
"A ACICG vê esses números como reflexo do trabalho árduo em prol do desenvolvimento econômico do estado e da Capital, impulsionado por empresas eficientes que beneficiam toda a sociedade", revela. Segundo Paniago, há uma importância da representação institucional e do suporte para o desenvolvimento de negócios, abrangendo desde microempreendedores individuais (MEI) até grandes empresas.
Para apoiar empreendedores, a ACICG promoveu reuniões e pesquisas nos bairros, seguidas de palestras sobre temas variados, incluindo questões fiscais e marketing digital. Essas iniciativas visam oferecer soluções efetivas e promover o desenvolvimento de empresas locais.
"Entre essas iniciativas, destacam-se as reuniões promovidas nos bairros, incluindo o centro, onde realizamos pesquisas para identificar as demandas e dificuldades das empresas locais. Essas pesquisas fornecem informações valiosas sobre o comércio em diferentes áreas. Com base nesses dados, organizamos palestras na semana seguinte, oferecendo informações e soluções para quem já empreende ou deseja iniciar um negócio. Nessas palestras, abordamos uma variedade de tópicos, desde questões fiscais até marketing pessoal, com ênfase especial no marketing digital", explica.
Paniago enfatizou a importância das parcerias com instituições como o Sebrae e a Cooperativa do Sicoob, que proporcionam ferramentas únicas para o crescimento dos negócios.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Renato Paniago
"Acreditamos firmemente que quanto mais apoio for dado ao empreendedorismo, mais empresas economicamente estáveis e sustentáveis surgirão, oferecendo serviços e produtos de alta qualidade para a população. Portanto, vemos que o caminho ideal é apoiar e desenvolver essas ações, sejam elas palestras ou outras iniciativas, incluindo ferramentas como soluções para análise de crédito, recursos na área de saúde e financeira", diz.
Cada empreendedor e negócio é único, diferindo em fase de desenvolvimento, envolvimento, capacidade e acesso a informações. As dificuldades são variadas, mas algumas das principais que são observadas na Associação Comercial incluem gestão financeira e burocracia, como a administração de folhas de pagamento.
"Atualmente, estamos particularmente atentos aos impactos da reforma tributária no setor de serviços, o maior gerador de empregos, e como ela afeta a tributação, encargos e custos empresariais. Pequenos negócios, muitas vezes gerenciados por um único empreendedor, enfrentam o desafio de desempenhar múltiplas funções simultaneamente, o que pode ser bastante exigente. Embora empresas com grandes equipes possam lidar melhor com a complexidade de empreender no Brasil, é crucial que os órgãos públicos reconheçam e trabalhem para simplificar esses processos", detalha.
No contexto da reforma tributária, Paniago expressou preocupação com a gestão de dois regimes tributários simultâneos e os efeitos da desoneração da folha de pagamento nas empresas. Ele ressaltou a necessidade de os empresários adotarem uma abordagem preventiva e planejada diante dessas mudanças.
"Observamos com grande preocupação a implementação simultânea de dois regimes tributários durante um período de transição. Para muitos empresários, já é desafiador gerir um regime tributário, imagine dois ao mesmo tempo. A possibilidade de um aumento significativo na carga tributária, como a elevação do imposto sobre serviço de 5 ou 7 para 25%, terá um impacto direto em diversas empresas do setor de serviços", destaca.
Para Paniago, os empresários precisam adotar uma abordagem preventiva e planejada diante dessas mudanças. "É crucial buscar informações e compreender as novas regras, acompanhando as definições que ainda estão por vir com o projeto de lei", informa.
A ACICG está revisando seu planejamento estratégico, focando em áreas como ESG e inovação tecnológica no setor financeiro, além de adaptar-se às mudanças nas expectativas dos colaboradores. Paniago salientou a importância de gerir equipes eficazmente em diversos setores e de colaborar com outras associações comerciais para compartilhar práticas bem-sucedidas.
"A missão da nossa entidade sempre foi trazer benefícios aos seus associados. Neste início de ano, estamos revisando nosso planejamento estratégico, dado que as necessidades dos consumidores e empreendedores estão em constante evolução. Mudanças nas regras e avanços tecnológicos aceleram esse processo, e é essencial que estejamos sempre atualizados. Ao longo do ano, trabalhamos em colaboração com federações e confederações em estratégias e discussões, focando especialmente nas mudanças recentemente mencionadas", finaliza.
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