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FAUNA

Projeto sobre tatu-canastra que começou no Pantanal comemora dez anos

O projeto considerado inovador premiado gerou dados inéditos sobre essa espécie pouco conhecida

27 julho 2020 - 11h15Da Redação
Equipe do projeto Tatu-Canastra
Equipe do projeto Tatu-Canastra - (Foto: Divulgação)

Sendo uma espécie não muito conhecida, o projeto Tatu-Canastra expandiu seus estudos ao longo de uma década, para áreas de Cerrado de Mato Grosso do Sul e da Mata Atlântica Minas Gerais e Espírito Santos, na Amazônia e chegando ao Chaco da Argentina, sendo o pioneiro em metodologias para investigar a ecologia e biologia do tatu-canastra e é um dos principais a capacitar aspirantes a conservacionistas.

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O projeto considerado inovador premiado gerou dados inéditos sobre essa espécie pouco conhecida. Com cameras trap (armadilhas fotográficas), os pesquisadores registraram, pela primeira vez na história, um filhote de tatu-canastra na natureza. Em 10 anos de projeto, a equipe já registrou e monitorou quatro tatus filhotes.

Entre as ameaças ao tatu-canastra estão: perda dos habitats naturais, caça, atropelamentos nas rodovias e a retaliação aos tatus pelos ataques às colmeias em pequenas propriedades. No Cerrado, os tatus correm reais riscos de extinção, já que se trata de um espaço amplamente fragmentado. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, há menos de 20% da vegetação nativa. "Potencialmente, os mamíferos de grande porte, como o tatu-canastra, são os mais impactados pelas rodovias; uma vez que se deslocam em grandes distâncias – pela fragmentação do habitat – o que aumenta a possibilidade de travessia nas rodovias e consequentemente de atropelamentos", destaca Aureo Banhos, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), pesquisador do projeto.

No Cerrado, os tatus correm reais riscos de extinção, já que se trata de um espaço amplamente fragmentado

"A perda de apenas um tatu-canastra, portanto, significa muito para um ecossistema local. São agravantes a baixa taxa de natalidade e o grande intervalo entre as gestações, que no caso do tatu-canastra pode chegar a três anos. Como engenheiros dos biomas, sua extinção pode ter efeitos negativos em cascata na fauna local", completa Banhos. O Cerrado é o recordista em atropelamentos da espécie, com 22 animais vítimas, nos últimos 14 anos. Só o estado de Mato Grosso do Sul teve 15 animais atropelados, nos últimos cinco anos.

Cerca de 2.500 alunos de 50 escolas públicas no Mato Grosso do Sul, incluindo sete escolas rurais, já foram beneficiados com ações educativas do projeto. Por conta da pandemia, os materiais de educação ambiental estão migrando para o formato digital, uma iniciativa realizada com a Fubá Educação Ambiental – parceira do projeto há dois anos. As pesquisas do projeto Tatu-canastra levaram a BBC a desenvolver um documentário de 60 minutos Hotel Armadillo, da série Natural World, em 2017.

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