sebrae
MUNDO ANIMAL

Felino que corre risco de extinção é fotografado por bióloga em parque de MS

Nunca antes vista na região, a espécie é considerada o menor felino do Brasil e corre risco de extinção

23 julho 2020 - 10h20Da Assessoria de Comunicação
A bióloga, que costuma usar as redes sociais como ferramenta de educação ambiental, compartilhou o registro na rede Biofaces
A bióloga, que costuma usar as redes sociais como ferramenta de educação ambiental, compartilhou o registro na rede Biofaces - (Fotos: Bruna Barbosa)

Funcionários do Parque Natural Municipal Templo dos Pilates em Alcinópolis, Mato Grosso do Sul, fotografaram um raro Gato-do-Mato-Pequeno (Leopardus Tigrinus). Nunca antes vista na região, a espécie é considerada o menor felino do Brasil e corre risco de extinção.

Canal WhatsApp

“Percebemos o registro durante a checagem das armadilhas fotográficas (câmeras usadas para capturar fotos e filmes de animais selvagens sem a presença dos pesquisadores) no dia 12 de julho. Já havíamos visto as pegadas, mas pelo tamanho acreditávamos ser de Jaguatirica”, comentou a bióloga e secretária Municipal de Desenvolvimento, Agricultura, Pecuária, Turismo e Meio Ambiente, Bruna Barbosa, responsável pelo parque.

A bióloga, que costuma usar as redes sociais como ferramenta de educação ambiental, compartilhou o registro na rede Biofaces.

Foi então que o professor da UEMA (Universidade Estadual do Maranhão), membro da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) e especialista em pequenos felinos, Tadeu de Oliveira, analisou o registro e confirmou ser a foto inédita de um Gato-do-Mato-Pequeno no Estado.

“Confirmar a existência de exemplares da espécie em Mato Grosso do Sul através de foto é algo a se comemorar, pois agora sabemos da presença das duas espécies de Gato-do-Mato (Tigrinus e Guttulus) no Estado. Tanto o Guttulus, quanto o Tigrinus, são as únicas espécies de felinos existentes no Brasil consideradas mundialmente em extinção pela IUCN”, afirma o professor.

O registro é considerado uma feliz surpresa para os pesquisadores - (Foto: Bruna Barbosa)

O Gato-do-Mato-Pequeno tem como habitat natural a Caatinga e o Cerrado e não frequenta o Pantanal. A presença dele na região de transição de biomas pode registrar uma possível mudança no comportamento do animal.

O Parque Tempo dos Pilares faz parte de um complexo de preservação, que inclui o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari e Monumento Natural Serra do Bom Jardim, e pertence a Reserva da Biosfera do Pantanal, Corredor Emas/Taquari.

O registro é considerado uma feliz surpresa para os pesquisadores, mas não representa um alívio para a população de Gato-do-Mato-Pequeno.

O professor Tadeu explica que os pequenos felinos dependem da fauna e flora nativas para a sobrevivência e que não conseguem dividir espaços com felinos maiores.

“Eles (os pequenos felinos) são muito difíceis de serem encontrados mesmo em unidades de conservação. O motivo é que em muitas delas o gato mais abundante é o chamamos de Jaguatirica. Com isso, felinos pequenos, como o Tigrinus, não tem espaço e são encontrados em números baixos ou não existem nestes locais. Sobrenado apenas as áreas não preservadas para eles, com todos os riscos”, explica Tadeu.

Com a descoberta do animal em Mato Grosso do Sul, a secretária municipal de Meio Ambiente, Bruna Barbosa acredita que novas políticas para a proteção do animal silvestre devem ser estudadas.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas