
Surpreendendo mais uma vez, o ano de 2020 continua batendo recordes mensais de incêndios pelo sexto mês consecutivo desde 1998, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). O balanço mostra que 2020 é considerado antes do término do mês de setembro o maior indicador de focos de incêndio da história.

De acordo com o divulgado pelo Tenente Coronel Moreira do Corpo de Bombeiros de MS, do bioma pantanal três municípios concentram 78,5% dos focos de calor, Corumbá (MS) lidera com 31,3% seguido de Poconé (MT) com 24,9% e respondendo por 22,3% está o município de Barão de Melgaço (MT).
O bioma pantaneiro soma quase 3 milhões de hectares queimados, sendo aproximadamente 20% de sua área. Somente em Mato Grosso do Sul esse número chega a 1.165 milhões de hectares o que corresponde a 12,7% de sua área total do bioma. O total devastado pelas queimadas assusta também nas terras indígenas (TIs), de janeiro a setembro de 2020 a TI Tereza Cristina perdeu 86,2% de sua área (25 mil Hectares) e a terra da Baía dos Guató perdeu 83,2% das terras (16 mil hectares) em função das queimadas.
“Caso não haja intervenção imediata perdemos controle do incêndio, a vegetação está muito seca, e não é com as primeiras chuvas que ela ficará mais segura contra incêndios, para que essa vegetação ganhe umidade precisaríamos de uma sequência de chuvas”. Comenta o Tenente Coronel Moreira (CBMMS).
Coordenadora do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima (CEMET), Franciane Rodrigues destaca que apesar dos longos períodos de estiagem o clima muda durante o final de semana. “Ainda com baixa intensidade as chuvas devem voltar ao Estado nos dias de 18 a 26 de setembro, esperamos um volume de até 10 mm, inclusive na região pantaneira”. A previsão de chuvas mais densas ficam para o final do mês, do dia 26 de setembro a 4 de outubro são esperados até de 50 mm.
O secretário da Semagro, Jaime Verruck, alerta que apesar das boas condições climáticas que podem ajudar a situação ainda perde cautela. “Como levantado pelo Coronel Moreira não é somente uma chuva que vai acabar com a situação, é importante lembrar que durante as chuvas do ano passado tivemos uma série de incêndios provocados pelos raios, seguimos com cautela até os meses de novembro e dezembro”, finaliza.
