O Governo de Mato Grosso do Sul publicou uma nota na tarde desta quinta-feira (30) comentando a ação policial e conflito na fazenda Buriti em Sidrolândia, onde aponta que a Polícia Militar não usa munição letal durante ações como a reintegração de posse da fazenda. A nota ainda descreve que o governador André Puccinelli estava acompanhando a ação, apesar da mesma ser de decisão judicial e de âmbito federal. E que a contribuição do Estado foi de 'complemento' as forças federais. O chefe do executivo estadual entrou em contato com as autoridades federais em Brasília.
O conflito violento na fazenda Buriti, pela manhã de hoje, contou com armas de fogo que foram disparadas, ainda sem certeza, de qual e em que intensidade de ambos os lados, entre os indigenas, que resistiram a desocupação da propriedade e o aparato policial, que era liderado pela PF (Polícia Federal), com ajuda da Policia Militar. O que se sabe é que o fato terminou com a morte do indígena Oziel Gabriel, de 35 anos, e pelo menos outros seis, que ficaram feridos e foram socorridos até hospitais de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti.
A PF já alegou que a resitencia e a violência partiu dos índios Terena. O outro lado diz ao contrário, onde apontam que policiais chegaram atirando. De acordo com a nota do Governo, o Estado enviou a Cigcoe (Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), que é especializada para atuar em ações desse tipo e o único tipo de munição usada é bala de borracha.
Veja a íntegra da nota
O Governo de Mato Grosso do Sul esclarece que o Estado está presente na reintegração de posse da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, em apoio à Polícia Federal, cumprindo ordem expedida pela Justiça Federal, e que a equipe da Polícia Militar que atuou na ação não utiliza munição letal.
A tropa que prestou apoio é a Cigcoe – Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais – especializada em atuar nessas condições, o que inclui a utilização dos equipamentos adequados para proteção do policial e o emprego de armas com munição unicamente do tipo elastômero (balas de borracha), não sendo utilizada pelos policiais armas de fogo nestas situações. Ao mesmo tempo, o comando da PM recebeu da Polícia Federal informação de que contra os policiais teria sido utilizada arma de fogo.
O governador André Puccinelli, preocupado com a situação conflituosa gerada na invasão e na reintegração de posse da fazenda Buriti, buscou contato com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, para solicitar ação do Governo Federal no sentido de aliviar a tensão e evitar novos conflitos, considerando que a questão fundiária e dos interesses dos indígenas é responsabilidade da União.
Não sendo possível o contato, o governador falou com o general Roberto Sebastião Peternelli Junior que está substituindo o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, José Elito Carvalho Siqueira, e pediu intervenção imediata do governo Federal para que a situação seja resolvida.
O governo do Estado reforça que toda a ação executada na Fazenda Buriti segue ordem da Justiça para apoio à Polícia Federal, e que a ação da CIGCOE seguiu os procedimentos de garantir a ordem, preservando a vida. Da mesma forma que o apoio prestado, a eventual retirada da PM acontecerá se houver determinação da Justiça.