"Guerra está armada" com operação para retirar índios de fazenda Buriti
Conflito FundiárioDivulgação Funai
A 'guerra está armada' a beira da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, onde indigenas Terena invadiram a propriedade e perderam ontem (29) na Justiça o 'direito' de ficar nas terras de propriedade do produtor rural e ex-deputado Ricardo Bacha. Sem acordo, juiz determinou imediata reintegração de posse na Buriti, nesta quarta-feira, após 4 horas de audiência, que buscava a conciliação, fracassar na 1ª Vara da Justiça Federal. O conflito pode se agravar a partir desta manhã, quando a polícia será obrigada a cumprir decisão judicial. Indígenas dizem que irão resistir e lutar.
Uma operação com homens da Polícia Federal, PM e do Corpo de Bombeiros foi montada em Sidrolândia para a reintegração de posse da fazenda. Nesta manhã, cerca de 20 viaturas estão na área para cumprir determinação da Justiça. O comboio policial saiu de Campo Grande por volta das 5 horas desta quinta-feira e negocia agora a retirada das famílias.
A disposição, segundo o terena Vinícius Souza, é para resistir. “Os guerrreiros já disseram que não saem nem a pau”, declarou.
A retirada deve ser feita por homens do Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), grupo especial da Polícia Militar, como em todas as reintegrações feitas recentemente no Estado.
A resolver pelo governo que é o culpado, diz Bacha
O ex-deputado Ricardo Bacha garante que só ficou sabendo da operação há pouco é “Espero que eles saiam em paz, que não haja reação, porque estão cumprindo a Lei do País. Aquela terra não é indígena, não discuto a legitimidade da reivindicação dos indígenas e nós produtores juntos aos políticos podemos pressionar Brasília pra comprar terras para eles.
Ele voltou a dizer que espera do governo federal uma decisão definitiva para a questão. “Se no passado os indígenas foram ludibriados tenho absoluta certeza de que não foi por nós e sim pelo governo então cabe ao governo resolver”.