29 de maio de 2013 - 18h15

Sem acordo, juiz determina imediata reintegração de posse na Buriti

Justiça
Caso dos conflito entre indigena terena e fazendeiros não tem solução 'amigavel'. Após reuniões pessoais, entre entidades envolvidas e proprietários da Fazenda Buriti, em Sidrolândia,  como também audiência púlbica com deputados e encontro em Brasília com três Ministros de Estado e por fim na disputa judicial, não houve acordo entre fazendeiros e famílias terena. Com isso, a ordem é para reintegração de posse imediata da fazenda Buriti, invadida pelos indigenas. 
 
Nesta tarde de quarta-feira (29), após 4 horas de conversa, a audiência que buscava a conciliação fracassou na 1ª Vara da Justiça Federal, em Campo Grande. O conflito pode se agravar a partir de amanhã, quando a polícia será obrigada a cumprir decisão judicial. 
 
Como o produtor rural Ricardo Bacha e os índios não entraram em consenso, quem saiu perdendo foram os terena que têm de deixar as fazenda assim que forem notificados, sob pena de multa de R$ 10 mil ao dia para cada pessoa que continuar na propriedade.
 
As famílias entraram na fazenda Buriti, do ex-deputado Ricardo Bacha, no dia 15 de maio. O movimento começou com 350 pessoas, na primeira semana ultrapassou 500 e segundo os terena agora passam de mil. Eles reivindicam a área há décadas.
 
Estudos a favor e Justiça contra
 
Estudos antropológicos apontaram a fazenda como território indígena, mas decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) negou o direito aos terena. A Funai e o MPF (Ministério Público Federal) recorreram da decisão.
 
Os índios pediam para ficar no local até o julgamento do mérito e o fazendeiro tentava a saída espontânea. Uma das lideranças terena, Marioque Figueiredo, diz que a sensação é que “a Justiça chamou a gente aqui só para dizer que tínhamos de sair”.
 
O delegado Alcídio de Souza Araujo informou que a reintegração só será cumprida após a intimação oficial da Justiça.
 
O proprietário Ricardo Bacha saiu da audiência meia hora antes do fim e não falou com a imprensa.
 
Lutar sem fim
 
Antes da decisão, 6 caciques entregaram uma carta ao juiz Ronaldo José da Silva avisando que não estão dispostos a deixar a propriedade.