Jovem advogada da Capital é presa por ligação com facção criminosa de SP
PolíciaMarcos Ermínio
A jovem advogada Daniela Dall Bello Rondão foi presa na manhã desta sexta-feira (24) durante as ações da Operação “Blackout” que busca membros de filial no MS de facção criminosa de São Paulo. A mulher foi detida em casa no bairro Itanhangá Park, área nobre de Campo Grande. Pelo local, ela mantinha um alto padrão de vida, que se deve, segundo investigação, por sua suposta participação no gerenciamento das finanças da facção. Interceptações telefônicas mostraram relação bem íntima dela com os presos.
Ela foi presa por volta das 6 horas de hoje pela Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) durante a “Operação Blackout”, deflagrada pelo Gaeco (Grupo Armado de Atuação Especial Contra o Crime Organizado)
A advogada estava formada há apenas 6 meses e já é um dos alvos dos 17 mandados de prisão expedidos pela Justiça. A mulher foi encaminhada para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do bairro Piratininga.
Outras prisões
Além de Daniela, uma segunda mulher e um homem também foram presos pelos policiais da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais). O rapaz estava em um imóvel no Jardim Paulista na Capital.
O primeiro mandado de prisão foi cumprido às 6h20 na Rua União, no Jardim Noroeste. Os policiais vasculharam a casa onde havia uma mulher e uma criança.
A mulher disse à polícia que trabalha como vendedora de roupas. Os policiais buscavam documentos e extratos bancários. Dois vizinhos foram testemunhas dos agentes enquanto eles vasculharam a casa.
Além do Jardim Noroeste e Portal Caiobá, o bairro Mata do Jacinto também será alvo da operação.
A operação “Blackout” envolve também a transferência de presos, que atuam na liderança da facção, do presídio de Segurança Máxima de Campo Grande para o presídio Harry Amorim Costa, em Dourados e vice-e-versa.
Origem
As investigações que deram origem à operação começaram em março deste ano depois que o policial militar aposentado, Otacílio Pereira de Oliveira, de 60 anos, foi morto em Três Lagoas.
Desde então, foram expedidos 55 mandados de prisão contra os integrantes, 38 deles estão no presídio de Segurança Máxima e de lá ordenaram o assassinato de pelo menos três agentes da segurança pública, além da execução do PM em Três Lagoas.
A partir de investigações feitas a partir de escutas telefônicas e bloqueios de contas bancárias, a Polícia montou um organograma do PCC em Mato Grosso do Sul e conseguiu frustrar a execução de agentes da segurança pública. O plano era de executar um policial militar em Campo Grande e outros dois agentes penitenciários em Corumbá e Paranaíba.