Aguirre Talento e Lavínia Kaucz | 30 de dezembro de 2025 - 18h30

PF conclui depoimento de dono do Banco Master e inicia oitiva de ex-presidente do BRB

Daniel Vorcaro falou por cerca de três horas; investigação apura fraude bilionária em carteiras de crédito

POLÍTICA
Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. - (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal concluiu o depoimento do empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, que durou aproximadamente três horas. Na sequência, os investigadores iniciaram a oitiva do ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa. O último a prestar depoimento será Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização do Banco Central.

As oitivas fazem parte da investigação que apura supostas irregularidades na venda de falsas carteiras de crédito consignado do Banco Master para o BRB, em uma operação estimada em R$ 12,2 bilhões. O procedimento é conduzido pela delegada Janaína Palazzo, responsável pelo caso.

Cada um dos envolvidos é ouvido individualmente. Após os depoimentos, caso a delegada identifique contradições relevantes entre as versões apresentadas, poderá ser determinada uma acareação. Nesse tipo de procedimento, os depoentes ficam frente a frente para esclarecimento dos pontos divergentes.

Os depoimentos são acompanhados por um juiz auxiliar do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli e por um representante do Ministério Público, uma vez que o inquérito tramita sob supervisão do Supremo.

Daniel Vorcaro e Paulo Henrique Costa são investigados pela Polícia Federal pelas suspeitas envolvendo a negociação das supostas carteiras de crédito. Já Ailton de Aquino não é alvo da investigação. Ele foi o diretor do Banco Central que recomendou à diretoria colegiada a liquidação do Banco Master.

Aquino também foi um dos responsáveis, ao lado do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, por comunicar o Ministério Público sobre os indícios de fraude identificados no banco. A liquidação do Banco Master foi decretada oficialmente pelo Banco Central no dia 18 de novembro.

No curso da investigação, Daniel Vorcaro chegou a ser preso preventivamente em 17 de novembro, mas obteve habeas corpus e foi solto no dia 29 do mesmo mês, passando a cumprir medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica. Paulo Henrique Costa, por sua vez, foi afastado da presidência do BRB por decisão judicial.

O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal após a apreensão de um documento em posse de Vorcaro que fazia referência a um deputado federal, informação revelada pelo Estadão/Broadcast. As investigações seguem em andamento e podem avançar conforme o conteúdo dos depoimentos colhidos.