As projeções do mercado financeiro indicam que a taxa básica de juros do país deve permanecer em patamar elevado nos próximos anos. O relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central, manteve em 12,25% a mediana das expectativas para a taxa Selic no fim de 2026, repetindo o patamar da semana anterior, embora há um mês a previsão fosse um pouco menor, de 12,0%.

Quando são consideradas apenas as 88 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a projeção para o fim de 2026 mostra leve recuo, passando de 12,25% para 12,13%, sinalizando ajustes pontuais nas apostas do mercado, mas sem mudança relevante no cenário de juros altos no médio prazo.

A Selic é a principal taxa de juros da economia brasileira e serve como referência para o custo do crédito, influenciando financiamentos, empréstimos, investimentos e o controle da inflação. Quando está elevada, tende a encarecer o crédito e conter o consumo, ao mesmo tempo em que busca segurar a alta dos preços.

No início do mês, no dia 10, o Comitê de Política Monetária decidiu manter a Selic em 15% pela quarta reunião consecutiva. A decisão acompanhou exatamente a mediana do relatório Focus para o fim de 2025, que permanece nesse mesmo nível há 24 semanas seguidas, indicando uma expectativa de estabilidade prolongada da taxa no curto prazo.

Na ata da reunião, o Copom afirmou que a estratégia de manter a taxa de juros no patamar atual por um período bastante prolongado é considerada adequada para garantir a convergência da inflação à meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

As projeções de longo prazo também seguem praticamente inalteradas. Para o fim de 2027, a mediana das estimativas continua em 10,50% pela 46ª semana seguida. Já a expectativa para o fim de 2028 permanece em 9,75%, acima do nível projetado há um mês, quando estava em 9,50%, mostrando que o mercado ainda enxerga juros relativamente altos por mais tempo.