Festivais impulsionam cultura e economia e consolidam MS como polo de grandes eventos em 2025
Campão Cultural, Festival América do Sul e Festival de Inverno de Bonito reuniram milhares de pessoas, fortaleceram a identidade regional e movimentaram a economia
CULTURAO ano de 2025 marcou a consolidação de Mato Grosso do Sul como um dos principais polos de grandes eventos culturais do Centro-Oeste. A retomada do Campão Cultural e do Festival América do Sul, ausentes em 2024, somada ao fortalecimento do Festival de Inverno de Bonito, reforçou o papel estratégico da cultura e do turismo na geração de renda, na ocupação dos espaços públicos e na valorização da identidade sul-mato-grossense.
Campo Grande, Corumbá e Bonito receberam programações gratuitas e diversificadas, que atraíram moradores e turistas e movimentaram setores como hotelaria, gastronomia, transporte e comércio local, fortalecendo toda a cadeia criativa.
Realizado entre 27 e 30 de março e de 4 a 6 de abril, o Campão Cultural voltou a ocupar diferentes espaços de Campo Grande, reafirmando seu caráter democrático e urbano. O festival foi promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), com apoio da Prefeitura da Capital, da UEMS e da UFMS.
Praças e ruas de Campo Grande receberam intensa programação artística durante o Campão Cultural, que movimentou a Capital em 2025.(Foto: Marithê do Céu e Daniel Reino)
O investimento aproximado foi de R$ 6 milhões, sendo R$ 1,5 milhão via emenda parlamentar do deputado Vander Loubet e R$ 4,5 milhões por chamamento público. A programação reuniu circo, dança, teatro, música, artes visuais, cinema, batalhas de hip hop, oficinas, skate, cultura geek, cosplay, blocos carnavalescos, desfiles de marcas autorais e atividades universitárias.
A proposta foi transformar a cidade em um grande palco aberto, estimulando o encontro entre artistas e público e reforçando a vocação cultural da Capital.
Entre 15 e 18 de maio, Corumbá voltou a viver a intensidade do Festival América do Sul (FAS), que chegou à 18ª edição com uma novidade simbólica: o palco principal instalado no Porto Geral, às margens do Rio Paraguai.
Foram 96 atrações gratuitas, entre shows, exposições, oficinas, espetáculos e rodas de conversa, reunindo artistas do Brasil e de países como Chile, Colômbia, Bolívia, Cuba e Paraguai. Nomes como Alcione, Xamã, Pixote, Duduca & Dalvan e Isabel Fillardis dividiram espaço com artistas estrangeiros, ampliando o intercâmbio cultural latino-americano
O Porto Geral de Corumbá se transformou em palco multicultural durante o Festival América do Sul, reunindo artistas do Brasil e de países vizinhos. (Foto: Saul Schramm)
Há quase duas décadas, o FAS consolida Corumbá como referência cultural na região de fronteira, fortalecendo o turismo e o sentimento de pertencimento da população local.
Realizado de 20 a 24 de agosto, o Festival de Inverno de Bonito (FIB) reafirmou sua posição como um dos maiores eventos culturais do país. Foram mais de 180 atrações gratuitas, ocupando praças, ruas, escolas e palcos da cidade, com atividades que incluíram música, dança, teatro, circo, literatura, moda, artes visuais, cultura geek, saberes indígenas e o espaço infantil Festival Bonitinho.
Entre os artistas nacionais estiveram Elba Ramalho, Titãs, Samuel Rosa, Jorge Aragão e Guilherme & Santiago, além de dezenas de talentos sul-mato-grossenses.
O Festival de Inverno de Bonito levou mais de 180 atrações gratuitas à cidade e reforçou o turismo cultural em Mato Grosso do Sul.(Foto: Marithê do Céu e Daniel Reino)
O festival também manteve seu impacto econômico expressivo. Em edições anteriores, movimentou cerca de R$ 6 milhões, recebeu aproximadamente 95 mil pessoas e registrou 85% de ocupação hoteleira. Em 2025, os números foram reforçados, consolidando Bonito como destino cultural e turístico de destaque no Brasil e no exterior.
Outro diferencial foi o compromisso ambiental: o FIB seguiu como Carbono Neutro e Lixo Zero, com ações de educação ambiental, coleta seletiva, compostagem e compensação de emissões, acompanhadas em tempo real pelo público por meio de QR Codes.
Para o diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Eduardo Mendes, o balanço dos festivais aponta para um novo momento no Estado.
“2025 foi um ano de reencontro da população com seus grandes festivais. Retomamos projetos importantes, ampliamos investimentos e fortalecemos nossa capacidade de produzir eventos que geram impacto social, econômico e simbólico. Vimos as cidades cheias, os artistas valorizados e o público ocupando os espaços com alegria e pertencimento”, afirmou.
Segundo ele, o ciclo de eventos confirma a maturidade cultural de Mato Grosso do Sul, com políticas públicas, setor criativo e comunidade atuando de forma integrada para construir um Estado mais diverso, vibrante e conectado às suas raízes.