Tornozeleira de Silvinei Vasques parou de emitir sinal, diz PF
Ex-diretor da PRF rompeu monitoramento na madrugada de Natal e foi preso ao tentar deixar o país com passaporte falso
EX-DIRETOR DA PRFA tornozeleira eletrônica que monitorava o cumprimento da prisão domiciliar do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, parou de emitir sinal na madrugada de quinta-feira (25), noite de Natal. A falha no monitoramento levou a Polícia Federal (PF) a constatar que ele havia fugido do país.
Segundo a PF, Vasques violou o equipamento de monitoramento e seguiu para o Paraguai, onde foi detido pelas autoridades locais na sexta-feira (26). A prisão ocorreu no momento em que ele tentava embarcar para outro país utilizando um passaporte falso.
As informações sobre a fuga foram encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão do ex-diretor após a confirmação do descumprimento das medidas cautelares impostas.
Condenado a 24 anos e seis meses de prisão na ação penal do Núcleo 2 da trama golpista, Silvinei Vasques cumpria prisão domiciliar e era monitorado por tornozeleira eletrônica.
De acordo com a Polícia Federal, o equipamento deixou de emitir sinal de GPS por volta das 3h da madrugada de quinta-feira. Após a identificação da falha, agentes foram até o apartamento do ex-diretor, localizado em São José (SC), onde constataram que ele não estava no local.
A análise das câmeras de segurança do prédio mostrou que Vasques permaneceu no imóvel até 19h22 da quarta-feira (24), véspera de Natal. As imagens registraram o momento em que ele colocou bolsas no porta-malas de um carro. Na ocasião, usava calça de moletom preta, camiseta cinza e boné preto.
A PF apontou ainda que a fuga ocorreu com o uso de carro alugado, informação incluída no relatório enviado ao STF.
Na manhã de sexta-feira (26), a corporação confirmou oficialmente a prisão de Silvinei Vasques no Paraguai e informou que ele seria repatriado ao Brasil para o cumprimento da pena.
Condenação e trama golpista
Silvinei Vasques foi condenado pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal, ele determinou a realização de blitzes da PRF em regiões onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva concentrava maior intenção de votos no segundo turno das eleições de 2022. A estratégia teve como objetivo dificultar o deslocamento de eleitores e beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que disputava a reeleição.
O ex-diretor da PRF havia sido preso preventivamente em agosto de 2023 e permaneceu detido por cerca de um ano. Posteriormente, o ministro Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória, condicionada ao cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e o cancelamento do passaporte, regras que foram descumpridas com a fuga.