Gabriela da Cunha | 26 de dezembro de 2025 - 16h55

Parte dos petroleiros suspende greve, mas paralisação continua no Norte Fluminense

Assembleias aprovam acordo em quatro estados, enquanto sindicatos ligados à FNP mantêm mobilização

PETROLEIROS
Assembleias de petroleiros aprovaram acordo em parte das bases, mas greve segue no Norte Fluminense. - (Foto: Imagem ilustrativa/A Crítica)

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que assembleias realizadas nesta sexta-feira (26) aprovaram a proposta de acordo e a suspensão da paralisação da categoria em bases do Espírito Santo, Minas Gerais, Ceará e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Apesar do avanço nas negociações, a greve segue no Norte Fluminense, onde o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) decidiu manter a mobilização.

A FUP representa 14 sindicatos e cerca de 105,4 mil trabalhadores do Sistema Petrobras. A entidade havia orientado pela suspensão da greve no último dia 22, após oito dias de paralisação, condicionando a decisão à análise das bases sindicais. Desde então, assembleias vêm sendo realizadas para validar o entendimento do Conselho Deliberativo da federação.

Segundo a FUP, novas bases já aprovaram o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A entidade afirma que o indicativo favorável só foi dado após o recebimento de todas as minutas e cartas-compromisso das empresas do Sistema Petrobras. “As direções sindicais seguiram ajustando as redações, antes da assinatura de qualquer um dos acordos, como foi condicionado no Conselho Deliberativo”, informou a federação, em nota.

Apesar da aprovação em parte das bases, a paralisação continua em sindicatos que integram a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Permanecem em greve trabalhadores representados pelo Sindipetro-RJ, Sindipetro Amazônia, Sindipetro LP e Sindipetro AL/SE. A FNP reúne cerca de 26 mil trabalhadores vinculados a quatro sindicatos.

A divergência entre as federações mantém o cenário de mobilização parcial no setor. Enquanto a FUP avança na consolidação do acordo coletivo, a FNP sustenta a greve em regiões estratégicas, defendendo que as reivindicações da categoria ainda não foram plenamente atendidas.

Durante todo o período de paralisação, a Petrobras tem afirmado que a greve não provocou impactos na produção nem no abastecimento de combustíveis. Segundo a estatal, equipes de contingência foram acionadas sempre que necessário para garantir a continuidade das operações.

As negociações seguem em andamento, e o desfecho da mobilização dependerá da posição das bases que ainda mantêm a greve e de eventuais novos desdobramentos nas tratativas com a empresa.