Flamengo e Filipe Luís ainda não chegaram a um acordo para a renovação de contrato do treinador, que se encerra no próximo dia 31 de dezembro. Com apenas cinco dias restantes para o fim do vínculo, o principal entrave segue sendo a questão salarial, apesar do interesse mútuo na permanência.

Internamente, a diretoria rubro-negra reconhece a necessidade de valorização financeira do técnico, mas considera elevada a pedida apresentada por Filipe Luís. Atualmente, ele tem um dos menores salários entre os treinadores da Série A e busca uma remuneração próxima à dos técnicos mais bem pagos do país.

Hoje, o topo da lista é ocupado por Abel Ferreira, do Palmeiras, que recebe cerca de R$ 3 milhões mensais. Na sequência aparecem Dorival Júnior, atualmente no Corinthians, com salário em torno de R$ 2 milhões, e Jorge Sampaoli, no Atlético-MG, com aproximadamente R$ 1,9 milhão por mês.

O impasse faz o Flamengo reviver um cenário já conhecido. Em anos recentes, o clube perdeu treinadores vitoriosos pouco tempo após conquistas importantes. O caso mais emblemático foi o de Jorge Jesus, campeão da Libertadores e do Brasileirão em 2019, além da Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Campeonato Carioca em 2020. Mesmo após renovar contrato, o português deixou o clube um mês depois, quando o Benfica pagou a multa rescisória.

Após a saída de Jesus, o Flamengo passou por Domènec Torrent, Rogério Ceni — campeão do Brasileirão de 2020, da Supercopa e do Carioca de 2021 —, Renato Gaúcho e Paulo Souza, até a chegada de Dorival Júnior.

Dorival assumiu cerca de dois anos após a saída de Jorge Jesus e teve uma das passagens mais vitoriosas recentes. Na Libertadores, venceu os sete jogos disputados e levou o clube ao tricampeonato. Também conquistou a Copa do Brasil, superando o Corinthians na final, nos pênaltis. Apesar disso, teve contrato encerrado ao fim de 2022 e não foi renovado.

“Financeiramente não seria um problema para a renovação. A diretoria entendeu que era o momento de uma mudança e eu respeito isso”, escreveu Dorival na despedida. Para o lugar dele, o Flamengo contratou Vítor Pereira, ex-Corinthians, que permaneceu apenas 18 jogos no cargo.

No caso de Filipe Luís, a situação ainda está indefinida. A primeira proposta de renovação foi apresentada em maio, mas o processo se arrasta desde então. Segundo informações do site ge, a diretoria já avalia nomes no mercado caso não haja acordo nos próximos dias.

Apesar do desejo de ambas as partes em manter o vínculo, o desfecho depende exclusivamente de um consenso financeiro, que precisa ser alcançado antes do fim do contrato.