26 de dezembro de 2025 - 16h25

Prefeito de Turilândia é preso por suspeita de desviar R$ 56 milhões do município

Operação do MP do Maranhão aponta esquema com vereadores, familiares e empresas durante a gestão municipal

JUSTIÇA
Prefeito de Turilândia, Paulo Curió, está preso preventivamente após operação do Ministério Público do Maranhão. - (Foto: Imagem ilustrativa/A Crítica)

O prefeito de Turilândia, no Maranhão, Paulo Curió, está preso preventivamente no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, por suspeita de integrar um esquema milionário de desvio de recursos públicos. Também foram presos a primeira-dama do município, Eva Curió, a ex-vice-prefeita Janaina Soares Lima, o marido dela, Marlon de Jesus Arouche Serrão, e o contador da prefeitura, Wandson Jhonathan Barros.

As prisões foram analisadas em audiência de custódia realizada na última quarta-feira (24). Na decisão, o Plantão Judiciário Criminal da Comarca da Ilha de São Luís considerou regulares as prisões preventivas dos investigados. Além deles, cinco vereadores que tinham mandados de prisão em aberto se apresentaram na quinta-feira (25) na Unidade Prisional de Pinheiro (UPPHO), onde passaram a utilizar tornozeleiras eletrônicas.

Segundo o Ministério Público do Maranhão (MPMA), o grupo investigado inclui ainda 20 vereadores e um ex-vereador, suspeitos de integrar uma organização criminosa responsável por desviar mais de R$ 56 milhões dos cofres públicos de Turilândia, município localizado na região da Baixada Maranhense.

A investigação avançou após a deflagração da Operação Tântalo II, realizada na segunda-feira (22) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). A ação cumpriu 51 mandados de busca e apreensão e 21 mandados de prisão em diferentes cidades. Em um único endereço, em São Luís, os investigadores apreenderam quase R$ 2 milhões em dinheiro.

De acordo com o MPMA, durante a gestão de Paulo Curió, a organização criminosa teria praticado crimes como fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. O esquema, segundo os promotores, envolvia contratos públicos direcionados e uso de empresas para desviar recursos do município.

As investigações também alcançam diversas pessoas jurídicas, entre elas Posto Turi, SP Freitas Júnior LTDA, Luminer e Serviços LTDA, MR Costa LTDA, AB Ferreira LTDA, Climatech Refrigeração e Serviços Ltda, JEC Empreendimentos, Potencial Empreendimentos e Cia Ltda, WJ Barros Consultoria Contábil e Agromais Pecuária e Piscicultura LTDA, além de outros servidores públicos, empresários e agentes políticos.

O Ministério Público segue apurando a participação dos investigados e o destino dos recursos supostamente desviados. O caso continua em andamento e novas medidas não estão descartadas.