Gabriel de Sousa | 26 de dezembro de 2025 - 13h50

Moraes manda prender ex-chefe da PRF após falha em tornozeleira e tentativa de fuga

Silvinei Vasques foi detido no Paraguai quando tentava embarcar para El Salvador

JUSTIÇA
Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, teve prisão preventiva decretada pelo STF - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, após identificar o rompimento das condições impostas à prisão domiciliar. Ele foi preso na madrugada desta sexta-feira, 26, no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, quando tentava embarcar em um voo com destino a El Salvador.

A decisão do ministro foi baseada em falhas registradas no monitoramento eletrônico utilizado por Silvinei. Conforme o despacho, a tornozeleira eletrônica deixou de transmitir dados de localização via GPS por volta das 3h da madrugada do feriado de Natal. Cerca de dez horas depois, às 13h, o sinal de comunicação via GPRS também foi interrompido, impossibilitando o acompanhamento do paradeiro do investigado.

Silvinei cumpria prisão domiciliar na cidade de São José, na Região Metropolitana de Florianópolis. Diante da perda de sinal do equipamento, equipes da Polícia Penal de Santa Catarina se dirigiram ao endereço informado por volta das 20h25 do dia 25. Às 23h, policiais federais também chegaram ao local, mas o ex-diretor da PRF já não se encontrava na residência.

Imagens de câmeras de segurança anexadas ao processo mostram que Silvinei deixou o imóvel às 19h22 da véspera de Natal. Ele saiu em um veículo Volkswagen Polo que, segundo o ministro Alexandre de Moraes, aparentava ser alugado, o que reforçou a suspeita de tentativa de evasão do cumprimento da medida judicial.

Com base nos registros técnicos, no descumprimento das condições da prisão domiciliar e no deslocamento para fora do país, Moraes concluiu que a manutenção da liberdade representava risco à aplicação da lei penal. Por isso, determinou a conversão da medida em prisão preventiva.

A prisão foi executada com apoio de autoridades paraguaias, após a identificação do ex-dirigente da PRF no aeroporto internacional de Assunção. Ele foi detido antes do embarque e deve ser reconduzido ao Brasil para cumprimento da decisão judicial.

O caso será acompanhado pelo Supremo Tribunal Federal, que já havia imposto restrições rigorosas ao investigado, incluindo o uso contínuo de tornozeleira eletrônica e a permanência obrigatória em endereço previamente autorizado.