Luciana Xavier | 26 de dezembro de 2025 - 10h20

Curva de juros abre com alta moderada e mercado reage a cenário político para 2026

Dólar, Treasuries e oficialização de Flávio Bolsonaro como pré-candidato entram no radar dos investidores

MERCADO FINANCEIRO
Movimento de alta nos contratos de DI reflete cautela do mercado diante do cenário político e externo. - (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A sexta-feira começou com abertura da curva de juros no Brasil, marcada por alta moderada nos vencimentos a partir de janeiro de 2027. O movimento acompanha a valorização do dólar e o avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, os Treasuries, além de refletir o aumento da cautela no mercado doméstico.

No cenário interno, investidores também repercutem a oficialização da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República em 2026, anunciada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O tema voltou a ganhar peso nas análises desde o início de dezembro e tem contribuído para um ambiente de maior estresse nos ativos locais.

A avaliação predominante no mercado é de que Flávio Bolsonaro não é visto como um nome suficientemente competitivo para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todos os cenários eleitorais nas pesquisas de intenção de voto para 2026. Essa percepção aumenta a incerteza política e pressiona os prêmios de risco embutidos na curva de juros.

Por volta das 9h15, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 subia para 13,875%, ante 13,828% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2029 avançava para 13,365%, frente aos 13,317% registrados anteriormente.

Já o contrato com vencimento em janeiro de 2031 operava a 13,640%, acima dos 13,608% observados no último ajuste, sinalizando a inclinação da curva nos prazos mais longos.

O comportamento dos juros reflete a combinação de fatores externos, como o movimento dos mercados internacionais, e internos, especialmente as incertezas fiscais e políticas, que seguem no centro das decisões dos investidores.