Curva de juros abre com alta moderada e mercado reage a cenário político para 2026
Dólar, Treasuries e oficialização de Flávio Bolsonaro como pré-candidato entram no radar dos investidores
MERCADO FINANCEIROA sexta-feira começou com abertura da curva de juros no Brasil, marcada por alta moderada nos vencimentos a partir de janeiro de 2027. O movimento acompanha a valorização do dólar e o avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, os Treasuries, além de refletir o aumento da cautela no mercado doméstico.
No cenário interno, investidores também repercutem a oficialização da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República em 2026, anunciada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O tema voltou a ganhar peso nas análises desde o início de dezembro e tem contribuído para um ambiente de maior estresse nos ativos locais.
A avaliação predominante no mercado é de que Flávio Bolsonaro não é visto como um nome suficientemente competitivo para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todos os cenários eleitorais nas pesquisas de intenção de voto para 2026. Essa percepção aumenta a incerteza política e pressiona os prêmios de risco embutidos na curva de juros.
Por volta das 9h15, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 subia para 13,875%, ante 13,828% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2029 avançava para 13,365%, frente aos 13,317% registrados anteriormente.
Já o contrato com vencimento em janeiro de 2031 operava a 13,640%, acima dos 13,608% observados no último ajuste, sinalizando a inclinação da curva nos prazos mais longos.
O comportamento dos juros reflete a combinação de fatores externos, como o movimento dos mercados internacionais, e internos, especialmente as incertezas fiscais e políticas, que seguem no centro das decisões dos investidores.