Maria Edite Vendas | 25 de dezembro de 2025 - 07h30

Bioparque Pantanal fecha 2025 como referência mundial em sustentabilidade e educação ambiental

Maior aquário de água doce do mundo conquista selo internacional "Ouro" e recebe mais de 1,4 milhão de visitantes no ano que marca avanços em ciência, inclusão, turismo e pesquisa

TURISMO E REFERÊNCIA
Bioparque Pantanal, em Mato Grosso do Sul, encerra 2025 com reconhecimento internacional por práticas sustentáveis e crescimento no turismo e educação ambiental. - (Foto: Bruno Rezende)

Ano de 2025 entra para os registros do Bioparque Pantanal como um dos mais expressivos de sua trajetória. O complexo, conhecido por abrigar o maior aquário de água doce do mundo, encerra o período com conquistas marcantes nas áreas de sustentabilidade, turismo, educação ambiental, inclusão social, pesquisa científica e conservação da biodiversidade.

O principal destaque foi a obtenção do selo internacional “Ouro” em sustentabilidade, concedido pelo programa Good Travel Seal, da fundação holandesa Green Destinations. A certificação coloca o Bioparque entre os destinos turísticos mais sustentáveis do planeta, reconhecendo suas práticas ambientais responsáveis, eficiência na governança e impacto social positivo.

Visitantes de todas as regiões do Brasil e de 140 países passaram pelo Bioparque Pantanal em 2025, que alcançou a marca de 1,4 milhão de pessoas recebidas. (Foto: Lara Miranda) 

Segundo a diretorageral, Maria Fernanda Balestieri, o reconhecimento confirma o compromisso do Bioparque com ações que combinam ciência, lazer, inclusão e gestão pública eficaz. “Esse selo reforça que estamos no caminho certo, unindo sustentabilidade e compromisso com o futuro”, afirmou.

Em 2025, o Bioparque recebeu 1,4 milhão de visitantes, vindos de todos os estados brasileiros e de mais de 140 países — segundo classificação da ONU –, com média de cerca de 32,5 mil pessoas por mês. O Centro de Convenções do complexo sediou 115 eventos ao longo do ano, reunindo representantes de diferentes setores da sociedade.

O espaço se consolidou como um dos principais atrativos turísticos do Estado e do país, oferecendo experiências que integram ciência, cultura, tecnologia e educação ambiental.

O Bioparque fortaleceu sua atuação educativa ao receber 360 escolas em 2025, com participação de milhares de estudantes de Mato Grosso do Sul e de estados como São Paulo, Goiás e Paraná. Desde a sua inauguração, mais de 90 mil estudantes já passaram pelo espaço em atividades de educação ambiental.

A terceira edição do Clube de Ciências reuniu alunos de nove escolas em 14 projetos de iniciação científica, reforçando a importância da ciência aplicada e da pesquisa. O projeto itinerante “Bioparque vai à Escola” também levou atividades educativas a instituições de ensino e eventos em diversas cidades.

Com uma média mensal de 32,5 mil visitantes, o Bioparque se consolidou como um dos principais atrativos turísticos do Brasil, unindo lazer, ciência e sustentabilidade. (Foto: Lara Miranda) 

O ano foi marcado por avanços no programa “Bioparque para Todos – Iguais na Diferença”, que consolidou o complexo como referência nacional em acessibilidade e inclusão. Com tecnologia assistiva, intérpretes de Libras, materiais em Braille, espaços sensoriais e atendimento humanizado, o Bioparque amplia a experiência de visitantes com deficiência e neurodivergentes.

Entre as ações de destaque esteve o Dia D da Empregabilidade para Pessoas com Deficiência, em parceria com a Fundação do Trabalho de MS (Funtrab) e a Secretaria de Estado da Cidadania (SEC), que ofereceu 200 vagas de emprego exclusivas para PcDs. Eventos como o Rodeo Fest Inclusivo e o Dia D da Saúde Inclusiva também reforçaram a missão de tornar o complexo um espaço acolhedor para todos.

Com espaços sensoriais, intérpretes de Libras e materiais em Braille, o Bioparque Pantanal promove experiências inclusivas para pessoas com deficiência e neurodivergência. (Foto: Lara Miranda) 

O trabalho de conservação avançou em 2025 com a ampliação do plantel de espécies, que passou de 446 para 470, totalizando mais de 45 mil animais. A parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) possibilitou procedimentos inusitados para a ciência, como a realização de ultrassonografia e tomografia em uma cachara — um peixe típico do Pantanal — em que toda a operação exigiu logística técnica para manter o animal fora da água durante os exames.

Projetos de reprodução de espécies continuam sendo um dos pilares do trabalho de conservação. Desde a inauguração, o Bioparque realizou 94 reproduções de peixes, incluindo 23 espécies de cascudos, três delas ameaçadas de extinção — Cascudo Onça, Cascudo Viola e Cascudo Cego das Cavernas — totalizando 74 desovas em 2025.

O complexo também investiu em pesquisa e inovação. Foi inaugurado um estúdio moderno para gravação e transmissão de conteúdos, voltado à divulgação científica e às atividades educacionais do Bioparque. O espaço, financiado com recursos do CNPq por meio do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), apoiará produções multimídia vinculadas à conservação e à ciência.

O Núcleo de Pesquisa e Tecnologias (NUPTEC) ampliou ações com foco em educação ambiental e sustentabilidade na comunidade, incluindo oficinas educativas sobre economia circular e parcerias com instituições como o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) para produção de materiais acessíveis com impressoras 3D.

Oficinas com materiais recicláveis como tampinhas e garrafas PET levaram educação ambiental e inclusão a escolas e instituições de Campo Grande ao longo de 2025. (Foto: Lara Miranda) 

Projetos apoiados por editais e programas estaduais também foram destaque neste ano, como a premiação do projeto “Produção de Sabão Ecológico” no Programa MS Multiplica e o reconhecimento do “Raízes Criativas” em edital regional.