Hyago Bandeira | 25 de dezembro de 2025 - 09h30

Toffoli nega pedido da PGR e mantém acareação sobre suspeita de fraude na venda do Banco Master ao B

Ministro do STF decide manter audiência marcada para o dia 30, envolvendo representantes do Banco Master, BRB e Banco Central; investigação gira em torno de operação bilionária

CASO BANCO MASTER
Dias Toffoli, ministro do STF - (Foto: Victor Piemonte/STF)

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a acareação entre figuras centrais do inquérito que investiga supostas fraudes na tentativa de venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). A decisão foi tomada na noite de quarta-feira (24), poucas horas após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pedir a suspensão do ato.

A acareação está marcada para a próxima terça-feira (30) e deverá ocorrer por videoconferência. Participarão do confronto Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master; Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB; e Ailton de Aquino, diretor do Banco Central.

A Procuradoria-Geral da República havia alegado que a realização da acareação era prematura. Em parecer encaminhado ao STF, Gonet sustentou que esse tipo de procedimento deveria ocorrer apenas após os interrogatórios formais dos investigados, conforme previsto no Código de Processo Penal, e quando já houvesse divergências claras entre os depoimentos.

Toffoli, no entanto, entendeu que já há elementos suficientes nos autos que justificam o confronto de versões, mesmo sem os interrogatórios prévios. O processo corre em segredo de Justiça, mas a informação foi divulgada pela CNN Brasil.

A investigação em curso apura suspeitas de fraude em uma negociação que envolveria cerca de R$ 12,2 bilhões. A operação foi encerrada sem conclusão e, segundo o Banco Central, apresentou indícios de irregularidades que colocaram em dúvida a integridade da transação.

A acareação é considerada um dos momentos-chave do inquérito e pode revelar divergências que ajudem a elucidar eventuais fraudes, ocultações de informações ou má condução da operação entre as instituições envolvidas.