VÍDEO: Após queda de foguete no Brasil, CEO da Innospace pede desculpas e tenta explicar falha
Um dia depois do acidente com o HANBIT-Nano, executivo admite frustração, fala em "anomalia" após 30 segundos de voo e promete novo lançamento em 2026.
ERROUm dia depois da queda do primeiro foguete comercial lançado a partir do Brasil, o CEO da Innospace, Kim Soo-jong, divulgou uma carta em tom de desculpas aos acionistas e apoiadores da missão.
No texto, ele reconhece que o resultado ficou abaixo do esperado e afirma lamentar “transmitir resultados que não atenderam às expectativas daqueles que apoiaram a missão”. Ainda assim, agradece “a confiança e a sinceridade enviadas durante este processo desafiador e implacável”.
O foguete HANBIT-Nano decolou às 22h13 (horário de Brasília) de segunda-feira (22), a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Segundo Soo-jong, o veículo “decolou normalmente e iniciou a trajetória de voo planejada”, mas cerca de 30 segundos após o lançamento ocorreu “uma anomalia na aeronave por motivo desconhecido”, fazendo com que o foguete caísse dentro de uma área de segurança previamente definida. A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou que o voo foi interrompido pouco depois da decolagem e que não houve danos a pessoas ou a instalações.
O lançamento era transmitido ao vivo pela própria Innospace, mas a empresa cortou o sinal logo após a decolagem e exibiu a mensagem: “Nós experimentamos uma anomalia durante o voo”. Imagens anteriores à interrupção sugeriam uma possível explosão.
De acordo com o CEO, a companhia agora analisa os dados de voo, rastreamento e monitoramento “em cooperação com as autoridades competentes” e prefere, neste momento, não apontar uma causa específica. “Estamos nos concentrando em verificar objetivamente os fenômenos observados no ambiente de voo real”, afirmou, prometendo divulgar os resultados “de forma transparente assim que organizados”.
Mesmo após o fracasso da missão, Soo-jong insiste que parte do objetivo técnico foi cumprido, já que foram coletados dados de voo e de propulsão “que só podem ser obtidos em ambiente real de voo”.
Segundo ele, essas informações serão usadas para melhorar projeto, operação, estabilidade e confiabilidade de futuros veículos de lançamento, com um novo teste previsto para o 1º semestre de 2026. A FAB informou que equipes da Aeronáutica e do Corpo de Bombeiros do CLA foram enviadas ao local da queda para analisar destroços e a área de impacto e reforçou que todas as ações sob sua responsabilidade foram executadas “dentro dos parâmetros internacionais do setor espacial”.