Aramis Merki II | 22 de dezembro de 2025 - 14h35

Governo prevê aumento gradual do limite de passageiros no Aeroporto Santos Dumont

Capacidade anual deve subir de 6,5 milhões para 8 milhões a partir de 2026, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos

AVIAÇÃO
Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, terá aumento gradual no limite anual de passageiros a partir de 2026. - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, deverá ter um aumento gradativo no limite anual de passageiros a partir de 2026. A informação foi confirmada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, durante um evento realizado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Segundo o ministro, a capacidade anual do terminal passará dos atuais 6,5 milhões para até 8 milhões de passageiros, de forma progressiva. Ele destacou que a decisão não foi tomada de maneira unilateral pelo governo federal, mas resulta de um acordo no âmbito do Tribunal de Contas da União (TCU).

“Vamos elevar o número de passageiros no Santos Dumont gradativamente. Irá de 6,5 milhões para 8 milhões”, afirmou Costa Filho. De acordo com ele, a definição foi construída junto à Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos (Secex Consenso), vinculada ao TCU.

O Ministério de Portos e Aeroportos informou que o início da flexibilização está previsto para o começo de 2026. A mudança ocorre em meio ao processo de relicitação do Aeroporto Internacional do Galeão e, segundo a pasta, busca oferecer maior segurança regulatória ao leilão do terminal, marcado para março de 2026.

Costa Filho ressaltou que a política do governo é tratar a aviação do Rio de Janeiro de forma integrada, considerando tanto o Santos Dumont quanto o Galeão. “É como ter dois filhos. Não podemos dar tudo para um e não dar atenção nenhuma ao outro”, disse o ministro, ao justificar o equilíbrio entre os dois aeroportos.

Desde 2023, o Santos Dumont, localizado na região central da capital fluminense, opera com restrições no número de passageiros como parte de uma estratégia para redistribuir voos e fortalecer a operação do Galeão, que enfrenta dificuldades de demanda nos últimos anos.

O tema, no entanto, tem gerado reação política. No domingo, 21, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), criticou a possibilidade de mudança nas regras. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que “forças ocultas” estariam atuando para alterar uma política que, segundo ele, vinha apresentando resultados positivos.

As declarações provocaram resposta da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Por meio de nota, a agência reguladora repudiou os comentários do prefeito, reforçando que as decisões sobre o setor seguem critérios técnicos e institucionais.

A discussão sobre o futuro do Santos Dumont e do Galeão segue no centro do debate sobre a aviação no Rio de Janeiro, especialmente diante da expectativa de um novo leilão e da necessidade de equilibrar oferta, demanda e sustentabilidade dos aeroportos da cidade.