Marianna Gualter | 22 de dezembro de 2025 - 10h55

Empresas seguem pessimistas, mas percepção da economia melhora, aponta BC

Pesquisa Firmus do 4º trimestre mostra queda no pessimismo, oferta de crédito mais favorável e alta em planos de reajuste acima da inflação

ECONOMIA
Levantamento do Banco Central mostra queda no pessimismo das empresas, mas percepção da economia ainda é negativa - (Foto: ABrasil)

A maior parte das empresas não financeiras ouvidas pelo Banco Central ainda enxerga a situação econômica de forma negativa, mas o cenário mostra algum alívio em relação aos trimestres anteriores.

Segundo a pesquisa Firmus do 4º trimestre, realizada entre 10 e 28 de novembro, 49,2% das companhias relatam sentimento negativo – 35% discretamente negativo e 14,2% fortemente negativo. No levantamento anterior, esses percentuais eram maiores: 47,8% discretamente negativo e 15,2% fortemente negativo. Ao mesmo tempo, aumentou a fatia das empresas com leitura mais favorável: o grupo que declarou sentimento “discretamente positivo” subiu de 15,2% para 22,5%, enquanto a parcela com percepção neutra passou de 21,4% para 27,9%. O sentimento “fortemente positivo” permaneceu em 0,4%. Para o Banco Central, a percepção melhorou em relação às três rodadas anteriores, mas “continua em patamar negativo”.

No crédito, a maioria das empresas (67,1%) avalia que a oferta permaneceu inalterada em relação ao trimestre anterior. Ainda assim, o índice agregado de oferta subiu, refletindo um aumento da proporção de companhias que perceberam melhora nas condições para tomar empréstimos. Já o otimismo em relação ao desempenho do setor de atuação de cada empresa ficou praticamente estável em comparação ao 3º trimestre, indicando que, embora o ambiente geral seja visto com menos pessimismo, isso não se traduz, por enquanto, em uma mudança significativa nas expectativas setoriais.

Em relação aos custos, a pesquisa aponta estabilidade nas expectativas para mão de obra, com o índice agregado mantido em 4,8%. Já o índice que mede a expectativa para os custos com insumos recuou pelo terceiro trimestre consecutivo, chegando a 4,3%, o que sugere algum alívio na pressão de custos de produção.

Por outro lado, cresceu a parcela de empresas que pretende reajustar preços acima da inflação: depois de três trimestres seguidos de queda, esse grupo voltou a subir e agora soma 39,6% dos respondentes. O movimento indica que, mesmo com algum alívio esperado nos custos, uma fatia relevante do setor produtivo ainda projeta aumentos de preços em ritmo superior ao da inflação oficial.