A Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar suspeitas de desvio de recursos em negociações de jogadores do São Paulo Futebol Clube. A apuração mira operações de venda de atletas em que, segundo a investigação, parte do dinheiro que deveria entrar nos cofres do clube teria beneficiado dirigentes e terceiros ligados às transações. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que o caso está sob responsabilidade do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania, em segredo de Justiça, o que impede a divulgação de detalhes neste momento.

As investigações sobre as vendas de atletas não têm relação com o esquema de suposta comercialização irregular de ingressos de camarotes em shows no MorumBis, revelado na semana passada. Enquanto o caso das negociações de jogadores nasceu na própria Polícia Civil, o episódio dos ingressos deve ser formalmente levado ao Ministério Público nos próximos dias. Os dois procedimentos, porém, podem acabar sob o comando do mesmo delegado: Tiago Correia, responsável também pela investigação do acordo de patrocínio entre Corinthians e a casa de apostas Vai de Bet.

Informações sobre o inquérito envolvendo a venda de atletas foram divulgadas inicialmente pelo Blog do Paulinho e confirmadas pelo jornal Estadão. Uma fonte ouvida pela reportagem indicou que a polícia já reúne elementos considerados contundentes, em linha com o teor de áudios que expuseram um possível esquema paralelo de venda de ingressos para shows no estádio. A mesma fonte defende que as apurações caminhem de forma separada e afirma que, nos dois casos, o São Paulo é tratado como vítima. Segundo o portal Uol, a Justiça autorizou a quebra de sigilo bancário de dirigentes, empresários e pessoas próximas a eles que teriam ligação com as operações investigadas.

Em posicionamento oficial, o clube disse desconhecer qualquer investigação em curso. “O São Paulo Futebol Clube informa que não tem conhecimento de qualquer investigação da Polícia Civil em andamento. O Clube se coloca à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários às autoridades, caso seja formalmente citado”, afirmou em nota.