Silas Malafaia defende Sóstenes Cavalcante e acusa investigação de "perseguição política"
Pastor afirma que ação da PF contra o deputado teria motivação política e critica tratamento diferenciado em outros casos
POLÍTICAO pastor Silas Malafaia saiu em defesa do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PLRJ), alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga possível esquema de desvios na cota parlamentar. Em vídeos publicados nas redes sociais nesta sextafeira (19), Malafaia classificou a ação como perseguição política motivada por oposição ao governo e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Tudo armação para denegrir. Perseguição implacável à direita. Querem calar todos que se levantam contra Lula, Alexandre de Moraes ou o STF”, afirmou o pastor em vídeo divulgado em seu perfil no X.
Malafaia, que considera Sóstenes Cavalcante seu afilhado político, elogiou o deputado e afirmou que sua postura diante da investigação foi correta e transparente. “É assim que se faz, Sóstenes. Quem não deve, não teme. Vem a público e bota para quebrar. Quem se cala é essa esquerda corrupta que foge”, declarou.
No mesmo pronunciamento, Malafaia também cobrou investigações sobre aliados do governo federal e citou investigações envolvendo o INSS, familiares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o suposto contrato milionário da esposa do ministro Alexandre de Moraes com o Banco Master. Segundo o pastor, haveria tratamento desigual por parte das autoridades: “Com uns arrebentam, com outros protegem”.
Ele ainda provocou diretamente o ministro Moraes:
“Quer me prender? A perseguição que você faz para me calar, para me intimidar, eu não tenho medo disso. Pode mandar me prender. Eu temo a Deus.”
A Polícia Federal aponta que agentes públicos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para desviar e ocultar recursos da cota parlamentar. Segundo os investigadores, parte do esquema envolvia pagamentos a uma locadora de veículos que seria, na avaliação da PF, uma empresa de fachada usada para devolver dinheiro ao gabinete.
Durante a operação, foram apreendidos R$ 430 mil em espécie em um endereço ligado a Sóstenes em Brasília. O deputado afirmou que o valor é lícito e seria resultado da venda de um imóvel.
Sóstenes também negou irregularidades na contratação da locadora de veículos que presta serviços ao seu gabinete, um dos focos da apuração.
As investigações apontam ainda que um assessor ligado ao deputado movimentou cerca de R$ 11 milhões em débitos e R$ 11 milhões em créditos, valores considerados incompatíveis com sua renda. De acordo com a PF, esse assessor seria um dos responsáveis por operacionalizar os eventuais desvios.