Ibovespa se recupera com apoio de bancos e commodities, mas ainda acumula queda na semana
Após forte volatilidade e tombo no início do mês, índice fecha em alta nesta sexta, mas encerra a semana com retração de 1,43%
ECONOMIAO Ibovespa encerrou esta sexta-feira (19) em leve alta de 0,35%, aos 158.473 pontos, impulsionado por ações de bancos e gigantes das commodities, como Vale e Petrobras. No entanto, o principal índice da bolsa brasileira não conseguiu reverter a queda acumulada na semana, que fechou com retração de 1,43%.
O desempenho desta sexta, influenciado pelo vencimento de opções e por um cenário externo mais estável, foi insuficiente para apagar os efeitos da volatilidade recente iniciada em 5 de dezembro. Naquela data, o mercado sofreu um baque após o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência, o que ficou conhecido como "Flávio Day".
Apesar da alta no pregão, o Ibovespa acumula perda de 0,38% no mês de dezembro, mesmo após uma leve recuperação de 0,38% na quinta-feira. No ano, o índice registra valorização expressiva de 31,75%.
O mercado brasileiro ainda opera com cautela diante do cenário político e da expectativa pela votação do Orçamento de 2026. A ausência de novos eventos relevantes nesta sexta permitiu uma sessão mais técnica, com investidores focados na rotação de carteira e oportunidades em ações descontadas.
A valorização do índice contou com o desempenho positivo das ações da Vale (ON +0,71%) e da Petrobras (ON +0,71%, PN +0,36%), além dos bancos, com destaque para Itaú (PN +0,92%). Esses setores têm peso significativo na composição do Ibovespa.
Entre as maiores altas do dia estão Braskem (+6,56%), CVC (+4,12%) e IRB (+2,50%). Já na ponta negativa, os destaques foram CSN Mineração (-4,01%), CSN (-3,23%) e Cyrela (-2,39%).
A analista Bruna Sene, da Rico, destaca que a perspectiva de queda da taxa Selic deve favorecer o mercado acionário nos próximos meses. “Historicamente, o Ibovespa sobe nos seis meses anteriores e nos seis meses posteriores ao início de um ciclo de cortes de juros”, explica.
Nos Estados Unidos, os dados recentes do mercado de trabalho mantêm a expectativa de que o Fed adote uma postura cautelosa em relação aos juros, o que ajuda a aliviar a pressão sobre os mercados emergentes.
Bruna Centeno, da Blue3, avalia que o ajuste na curva de juros e a recuperação em Nova York deram fôlego à bolsa brasileira. “Esses fatores ajudaram a colocar os ruídos políticos momentaneamente em segundo plano”, afirmou.
Apesar do ambiente ainda volátil, a maioria dos analistas consultados pelo Termômetro Broadcast Bolsa se mostra otimista: 60% projetam alta do Ibovespa na próxima semana, enquanto 20% apostam em estabilidade e outros 20% em queda — mesmo cenário da pesquisa anterior.
Com o fim do ano se aproximando, o mercado deve seguir atento a movimentações políticas, dados econômicos e à evolução das curvas de juros no Brasil e nos Estados Unidos.