Operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (19) colocou sob investigação dois deputados federais do Partido Liberal (PL): Sóstenes Cavalcante (RJ), líder da legenda na Câmara, e Carlos Jordy (RJ). A apuração mira suspeitas de desvio de recursos da cota parlamentar, mecanismo utilizado para custear despesas do mandato. Até o momento, os parlamentares não se manifestaram.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos deputados no Distrito Federal e no Rio de Janeiro. A ação faz parte da Operação Galho Fraco, que aprofunda uma investigação iniciada no fim do ano passado.

Segundo as apurações, os recursos teriam sido repassados a uma locadora de veículos suspeita de funcionar apenas como empresa de fachada, criada para emitir notas fiscais fictícias e, assim, viabilizar o desvio de verbas públicas da Câmara dos Deputados. Em uma primeira fase, a Polícia Federal concentrou as diligências em assessores parlamentares e nos contratos firmados. Com o avanço das investigações, os próprios deputados passaram a ser alvo direto da operação.

Quem é Sóstenes Cavalcante

Natural de Maceió (AL), Sóstenes Cavalcante tem 50 anos, é formado em Teologia pela Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil (Faceten) e atua como pastor licenciado da Assembleia de Deus, igreja liderada pelo pastor Silas Malafaia.

Em seu terceiro mandato como deputado federal, Sóstenes já presidiu a Frente Parlamentar Evangélica, conhecida como Bancada da Bíblia, em 2022. Ao longo da trajetória política, posicionou-se favoravelmente ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, à Reforma Trabalhista e à PEC do teto dos gastos públicos.

A Polícia Federal não detalhou valores envolvidos nem informou se haverá novos desdobramentos nos próximos dias. As investigações seguem em andamento.