PF apreende R$ 430 mil em dinheiro em investigação sobre desvio de cota parlamentar
Endereço ligado a Sóstenes Cavalcante foi alvo de buscas; deputado Carlos Jordy também é investigado
OPERAÇÃO PFA Polícia Federal apreendeu R$ 430 mil em dinheiro em espécie durante uma operação deflagrada nesta sexta-feira para apurar suspeitas de desvio de recursos da cota parlamentar. O valor foi encontrado em um endereço ligado ao deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Além dele, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) também é alvo da ação. Ao todo, a PF cumpre sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em endereços no Distrito Federal e no estado do Rio de Janeiro.
De acordo com a investigação, agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma articulada para desviar e ocultar recursos públicos. A apuração aponta que o dinheiro teria sido repassado a empresas de fachada e, posteriormente, submetido a mecanismos de lavagem. Assessores ligados aos dois parlamentares são suspeitos de movimentar milhões de reais ao longo do esquema.
Essa não é a primeira fase da investigação. Em dezembro do ano passado, a Polícia Federal realizou buscas em endereços vinculados a assessores dos deputados. Na ocasião, a apuração mirava contratos supostamente falsos com locadoras de veículos, usados para justificar gastos da cota parlamentar. A operação foi batizada de “Rent a Car”, em referência à empresa que, segundo os investigadores, simulava a prestação de serviços.
Segundo a PF, agentes públicos e empresários teriam firmado um acordo ilícito para desviar recursos públicos por meio desses contratos. Levantamento publicado pelo jornal O Globo apontou que os gastos de Sóstenes Cavalcante com aluguel de veículos chegaram a quase o dobro da média declarada por outros parlamentares.
Entre os deputados federais do PL, as despesas de Sóstenes figuraram entre as cinco maiores com esse tipo de serviço e permanecem acima da média da bancada, estimada em cerca de R$ 71,6 mil. Já os gastos de Carlos Jordy com aluguel de veículos somaram R$ 65,4 mil, valor abaixo da média geral do partido.
As investigações seguem em andamento, sob supervisão do STF, para apurar a extensão do esquema e a eventual responsabilidade dos envolvidos.