Gabriel de Sousa | 17 de dezembro de 2025 - 17h10

Gleisi Hoffmann nega acordo no Senado e reafirma que governo votará contra o PL da Dosimetria

Ministra da SRI rebate rumores de troca por benefícios tributários e orienta base governista a rejeitar proposta que reduz penas de golpistas

POLÍTICA
Ministra Gleisi Hoffmann reafirmou que o governo é contra a redução de penas para os envolvidos nos atos antidemocráticos. - (Foto: Fabio Rodrigues/ Agência Brasil)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, utilizou suas redes sociais nesta terça-feira (17) para desmentir categoricamente a existência de qualquer acordo entre o Palácio do Planalto e a oposição para a aprovação do PL da Dosimetria. O projeto, que altera o cálculo de penas para crimes contra o Estado Democrático de Direito, está na pauta do Senado desta quarta-feira (17) sob forte polêmica por beneficiar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O posicionamento da ministra ocorre em resposta a movimentações nos bastidores do Congresso, onde senadores da oposição e do bloco independente sugeriram que a viabilização do PL era parte de uma moeda de troca pela aprovação de projetos de interesse econômico do governo, especificamente sobre benefícios tributários. Gleisi foi enfática ao afirmar que o governo não apenas desaprova a medida, como orientará sua base a votar contra o texto.

Argumentos do Governo - Segundo a ministra, a posição do governo federal baseia-se em dois pilares principais:

Tensão no encerramento do ano legislativo - A negação de Gleisi Hoffmann coloca o governo em rota de colisão direta com a estratégia da oposição, que tenta acelerar a votação antes do recesso. A articulação governista agora corre para garantir que a base aliada permaneça coesa, evitando que a narrativa de "acordo firmado" ganhe tração entre os parlamentares indecisos.

Além de Gleisi, outras lideranças do governo no Senado reforçaram que a punição aos atos golpistas é inegociável, sinalizando que qualquer avanço da proposta será questionado politicamente e, possivelmente, judicializado no Supremo Tribunal Federal (STF).