Elisa Calmon | 17 de dezembro de 2025 - 14h00

Brasil deve dobrar mercado aéreo e atingir 266 milhões de passageiros até 2044

Projeção da Airbus aponta crescimento de 145% no tráfego nacional impulsionado pela classe média e expansão de frotas

AVIAÇÃO COMERCIAL
Brasil precisará de 122% mais aviões para atender demanda que deve atingir 266 milhões de passageiros em duas décadas. - (Foto: Divulgação Airbus)

O setor aéreo brasileiro se prepara para uma transformação robusta nas próximas duas décadas. De acordo com o relatório Global Market Forecast (GMF) 2025-2044, da fabricante Airbus, o tráfego de passageiros no País deve saltar dos atuais 108,5 milhões para expressivos 266,3 milhões de viajantes anuais até 2044. O avanço representa um crescimento de 145%, consolidando o Brasil como um dos mercados mais promissores do mundo.

O diferencial dessa projeção reside na mudança de hábito do brasileiro: as viagens per capita devem mais que dobrar, passando de 0,5 para 1,1 viagem por habitante ao ano. Esse fenômeno é sustentado pelo fortalecimento da classe média e pela necessidade de maior conectividade, tanto em rotas domésticas — que lideram o crescimento com 149% de alta — quanto em conexões internacionais e regionais com a América Latina.

Expansão da frota e demanda por profissionais - Para suportar o volume de passageiros, a infraestrutura aérea precisará de um reforço massivo. A Airbus estima que o número de aeronaves comerciais operando no Brasil terá que crescer 122% nos próximos 20 anos. O foco deve ser a renovação e ampliação de frotas, priorizando modelos de corredor único, que oferecem maior eficiência para voos internos e regionais.

Na escala da América Latina e Caribe, o cenário também é de bonança econômica:

Desafios de conectividade - Embora o tráfego doméstico seja o motor principal dessa expansão, as rotas entre o Brasil e os vizinhos latino-americanos também mostram fôlego, com previsão de alta de 145%. O desafio para as companhias será equilibrar a modernização tecnológica das frotas com a qualificação acelerada de pessoal para garantir que o setor acompanhe o ritmo do PIB e a demanda da nova classe média brasileira.