17 de dezembro de 2025 - 10h50

Lula cobra "narrativa correta" e mobiliza ministros para ano eleitoral em última reunião de 2025

Presidente diz que avanços do governo não chegam à população como deveriam e pede foco na comunicação para 2026

GOVERNO LULA
Lula durante reunião ministerial na Granja do Torto; presidente cobra narrativa eficaz para mostrar avanços do governo antes do ano eleitoral. - (Foto: Fabio Pozzebom/Agência Brasil)

Na última reunião ministerial do ano, realizada nesta quarta-feira (17) na Granja do Torto, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a necessidade de o governo aprimorar a comunicação com a população e construir uma “narrativa correta” sobre o que foi feito nos últimos anos. Para Lula, o país vive uma situação “amplamente favorável”, mas os avanços ainda não se refletem na opinião pública, em meio à polarização política.

O presidente afirmou que o governo precisa mostrar ao povo “quem faz o quê nesse país, o que aconteceu antes de nós e o que acontece quando nós chegamos ao governo”, ressaltando que a equipe precisa estar alinhada para o processo eleitoral do próximo ano. “O ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Ou seja, nós temos que criar a ideia da hora da verdade para mostrar quem é quem nesse país”, disse Lula aos ministros.

Segundo o presidente, ainda falta ao governo alcançar a melhor forma de explicar suas ações. “Eu tenho a impressão que o povo ainda não sabe. Eu tenho a impressão que nós ainda não conseguimos a narrativa correta para fazer com que o povo saiba fazer uma avaliação das coisas que aconteceram neste país”, afirmou, pedindo união e estratégia na comunicação institucional.

Preparação para as eleições de 2026 - Lula disse que aceitará o afastamento dos ministros que pretendem disputar cargos ou reeleição em 2026, quando serão eleitos presidente, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais. O presidente também enfatizou o papel do time ministerial na articulação política, citando conquistas no Congresso Nacional como a aprovação da isenção do imposto de renda e da reforma tributária.

Lula avaliou que o Brasil vive um “momento ímpar” do ponto de vista econômico, destacando o aumento da capacidade de investimento e financiamento dos bancos públicos. Para ele, políticas que garantam recursos nas mãos da população são o caminho para resolver desafios econômicos. “Pouco dinheiro na mão do povo resolve o problema. Não tem macroeconomia, não tem câmbio. Se tiver dinheiro na mão do povo, está resolvido o nosso problema”, defendeu.

O presidente também mencionou os avanços em inclusão social e disse que “acabou com a invisibilidade do povo pobre desse país”, ressaltando que a população deixou de ser lembrada apenas em época de eleição.

Balanço e próximos passos - Após o discurso de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin falou sobre as políticas industriais em desenvolvimento, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, apresentou um balanço dos três primeiros anos do governo. Também estavam previstas apresentações dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Sidônio Palmeira (Comunicação Social) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).

A reunião, marcada pelo tom de mobilização e avaliação dos resultados, reforçou a estratégia do governo de fortalecer a comunicação para enfrentar o próximo ciclo eleitoral e consolidar sua base social.