O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quartafeira (17), na última reunião ministerial do ano, que a chave para enfrentar problemas como inflação e baixo crescimento está em ampliar a renda disponível das famílias. Para ele, medidas macroeconômicas como câmbio ou ajustes técnicos não resolveriam essas questões por si só.

Lula disse que quando as pessoas têm dinheiro no bolso, isso impulsiona o consumo, a produção industrial e a agricultura — o que, na visão do presidente, ajuda a reduzir a inflação. “Se tiver dinheiro na mão do povo, está resolvido o problema da industrialização, do consumo, da agricultura, do câmbio e da inflação”, afirmou.

O presidente destacou também o papel dos bancos públicos (como BNDES, Caixa e Banco do Brasil) no financiamento da economia, apontando que essas instituições aumentaram sua capacidade de apoio nos últimos anos. Mesmo assim, segundo Lula, é necessário intensificar esforços para que os resultados cheguem de forma mais clara à população.

Ele sugeriu que ainda falta ao governo uma narrativa capaz de traduzir essas ações para o cotidiano das pessoas e fazer com que os impactos sejam percebidos pela sociedade. Para Lula, 2026, ano eleitoral, será o momento em que o eleitorado vai confrontar propostas e projetos de país.

Eleições e agenda política - Lula comentou também que o processo eleitoral exigirá que ministros e partidos da base governista se posicionem claramente sobre propostas e discursos para as urnas. Segundo ele, a força política do governo deriva de suas políticas sociais e econômicas.

Na reunião, o presidente e o vicepresidente Geraldo Alckmin destacaram duas frentes do governo no Congresso que, na avaliação deles, devem colaborar com a imagem da gestão federal:

A política tributária, que já foi aprovada na Câmara dos Deputados e segue para o Senado, e

Uma medida provisória assinada recentemente para reduzir juros e estimular crédito, com destaque para a indústria de caminhões.

Lula afirmou que muitas das principais políticas sociais já foram anunciadas, mas admitiu que pode faltar alguma que não tenha sido apresentada até o momento, e que isso será tratado ao longo do próximo ano.