STF começa a julgar ex-integrantes do governo Bolsonaro por tentativa de golpe
Acusados deram suporte ao plano golpista que tentava manter o ex-presidente no poder após a derrota
CASO 8 DE JANEIROO Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta terça-feira (16) um grupo de ex-integrantes do governo de Jair Bolsonaro que, segundo a acusação, ajudou a estruturar o plano de golpe para mantê-lo no poder após perder as eleições de 2022.
A sessão marca o início da análise do que ficou conhecido como "núcleo de gerência", formado por pessoas que ocupavam cargos estratégicos e, conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR), atuaram nos bastidores oferecendo suporte técnico, jurídico e logístico para a tentativa de golpe.
O julgamento será retomado nesta quarta-feira (17) com o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes. Também participam os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. O ministro Luiz Fux, que antes votava a favor de réus de outros núcleos, está fora da Primeira Turma e não julgará esse caso.
Estão entre os réus:
O ex-diretor da PRF
Dois ex-integrantes do Ministério da Justiça
Um ex-assessor internacional da Presidência
Um coronel do Exército
Um general da reserva
Todos são acusados de cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio público e deterioração de bens tombados.
As defesas pediram a participação de Fux no julgamento, mas o STF rejeitou. Até agora, a Corte já condenou 24 pessoas envolvidas em diferentes frentes do plano golpista. O "núcleo de gerência" é o último a ser julgado.
O único réu ainda fora desse processo é o empresário Paulo Figueiredo, que mora nos Estados Unidos. A denúncia contra ele foi separada dos demais para não atrasar os demais julgamentos.