A possibilidade de Flávio Bolsonaro abrir mão de uma eventual candidatura à Presidência da República em 2026 está, na análise do líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PLRJ), diretamente atrelada a duas únicas condições: a recuperação da elegibilidade ou a manifestação do expresidente Jair Bolsonaro de que outro nome deva ser escolhido.

A avaliação foi feita por Sóstenes em um almoço com jornalistas em Brasília nesta segunda (15), quando ele foi questionado sobre cenários que poderiam levar o senador a desistir da corrida presidencial. “Ou o expresidente recupera a elegibilidade e volta a ser candidato, ou é ele [Jair Bolsonaro] quem decide substituir o nome. Não há outra possibilidade”, resumiu o deputado.

O comentário reforça o peso das decisões do expresidente no entorno político do PL. Para Sóstenes, o que Bolsonaro decidir “está decidido”, e essa lógica se estende a debates internos sobre nomes e alianças.

Tarcísio de Freitas e o Partido Liberal - No mesmo encontro, o líder do PL comentou a hipótese de Jair Bolsonaro recuar e indicar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato à Presidência. Sóstenes evitou descartar qualquer cenário, mas avaliou que um recuo de Bolsonaro é pouco provável.

Um dos motivos, segundo ele, é que Bolsonaro teria condicionado qualquer apoio a Tarcísio à mudança de partido. “Em conversas anteriores, o expresidente já teria pedido que ele migrasse para o PL. Se não estiver no PL, ele não vai apoiar”, disse Sóstenes, questionando a falta de sinais de aproximação de Tarcísio com a sigla.

Para o líder do partido, a candidatura de Tarcísio pelo Republicanos poderia enfraquecer o PL nas eleições proporcionais, já que seu nome atrairia votos que, na avaliação do deputado, deveriam fortalecer a legenda nas cadeiras federais.