MS inicia implantação do teste do pezinho ampliado na rede pública
Exame passará a identificar mais de 40 doenças em recém-nascidos e será ofertado pelo SUS
SAÚDE INFANTILMato Grosso do Sul deu um passo importante na área da saúde ao começar a estruturar a oferta do teste do pezinho ampliado pelo SUS. A nova versão do exame, que já está sendo implantada gradualmente, permite identificar mais de 40 doenças em recém-nascidos, número bem maior do que as sete condições previstas na triagem básica feita até agora.
O procedimento, recomendado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, integra o Programa Estadual de Triagem Neonatal, vinculado ao projeto Bem Nascer MS. A medida foi oficializada pela Resolução nº 381 da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
A ampliação do teste traz benefícios diretos ao diagnóstico precoce de doenças genéticas, congênitas e metabólicas que, se não detectadas a tempo, podem comprometer o desenvolvimento da criança. Entre as novas condições que passarão a ser rastreadas estão a atrofia muscular espinhal, imunodeficiências primárias e distúrbios como galactosemias e aminoacidopatias.
A gerente de Atenção à Saúde da Criança da SES, Cristiana Schulz, explica a importância da triagem ampliada. “Com o diagnóstico precoce, conseguimos iniciar o tratamento antes mesmo dos sintomas, o que melhora a qualidade de vida e salva vidas”, afirma.
Triagem será feita em laboratório de Campo Grande - As amostras serão analisadas pelo laboratório IPED/APAE de Campo Grande, habilitado pelo Ministério da Saúde. Além da análise, a unidade também oferece acompanhamento multiprofissional, com endocrinologistas, pediatras, geneticistas, psicólogos, nutricionistas e outros especialistas.
Mesmo antes da ampliação, Mato Grosso do Sul já era referência em triagem neonatal. Desde 2001, a rede estadual inclui no teste o rastreio da fibrose cística, uma das doenças graves identificáveis no início da vida.
Segundo a SES, aproximadamente 3 mil testes do pezinho são realizados por mês em todo o Estado, cobrindo os 79 municípios. Com a nova fase, a expectativa é ampliar a capacidade diagnóstica e garantir tratamento ainda mais eficaz para crianças com doenças raras ou de difícil detecção clínica.