15 de dezembro de 2025 - 09h55

Ministro diz que vacinação cresce, mas alerta para impacto de fake news no Brasil

Alexandre Padilha afirma que cobertura vacinal melhora desde 2023, mas negacionismo ainda ameaça avanços

SAÚDE PÚBLICA
Alexandre Padilha: Governo reforça importância da vacinação diante de avanço do negacionismo e casos importados de sarampo - (Foto: Agência Brasil)

Durante entrevista nesta segunda-feira (15), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a cobertura vacinal no Brasil tem avançado desde 2023, mas alertou que o negacionismo e a propagação de informações falsas ainda representam um risco sério para a saúde pública.

"Se tem uma coisa que mais afeta o dia a dia dos profissionais de saúde, a vida das famílias brasileiras na área da saúde é o negacionismo", afirmou Padilha no programa Bom Dia, Ministro, transmitido pelo CanalGov. Segundo ele, há até pessoas lucrando com mentiras sobre vacinas, inclusive oferecendo cursos com conteúdo antivacina.

Fake news na mira da Justiça - O Ministério da Saúde tem atuado em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU) para combater judicialmente a disseminação de notícias falsas sobre vacinação. Padilha explicou que algumas dessas ações envolvem inclusive profissionais da área médica. “Estamos vencendo essa batalha, mas ela não está ganha ainda”, reforçou.

Padilha citou o caso recente de sarampo registrado em São Paulo, em um homem que não havia tomado a vacina e viajou para o exterior. Em 2025, o Brasil já contabiliza 37 casos da doença, todos com origem fora do país.

Apesar disso, o país ainda mantém o status de livre da circulação interna do vírus. A meta é não repetir o cenário de 2019, quando houve um surto com mais de 21 mil casos, o que resultou na perda do certificado internacional de erradicação da doença.

O ministro também destacou que o ano de 2025 deve encerrar com números melhores que os de 2024. No ano passado, o número de municípios que atingiram a meta de 95% de cobertura vacinal teve um aumento de 180%. Os dados são referentes aos 16 imunizantes do calendário básico.

Vacina contra a dengue começa em janeiro - Outro tema abordado foi a vacina contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan. Padilha informou que a aplicação em profissionais de saúde deve começar até o fim de janeiro de 2026.

A imunização será estendida ao longo de fevereiro e março. Além disso, as cidades de Botucatu (SP) e Maranguape (CE) iniciarão uma etapa piloto de vacinação, como parte da preparação para a expansão nacional da campanha.

Segundo o ministro, atingir 40% da população vacinada em cidades com alta incidência pode ser suficiente para controlar surtos locais de dengue, segundo estudos recentes.