Redação | 12 de dezembro de 2025 - 09h00

STF analisa determinação de Alexandre de Moraes para perda de mandato de Carla Zambelli

Ministro determinou que suplente seja empossado em até 48 horas após anular decisão da Câmara que manteve mandato da deputada

POLÍTICA
Deputada Carla Zambelli durante sessão no plenário da Câmara dos Deputados - (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a analisar nesta sextafeira (12) a decisão do ministro Alexandre de Moraes que ordenou a perda do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL). Na noite de quinta, Moraes anulou a decisão da Câmara dos Deputados que havia mantido a parlamentar no cargo, e determinou que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), emposse o suplente no prazo de até 48 horas.

Zambelli está atualmente presa na Itália. Em junho, a Câmara votou sobre a cassação do mandato, com 227 votos favoráveis à perda do cargo e 170 contrários — abaixo dos 257 votos necessários para confirmar a cassação. Com a nova determinação do ministro do STF, a decisão legislativa volta ao foco do Judiciário, que agora avaliará a validade da intervenção.

Segundo dados revelados pelo Estadão, desde que deixou o país, em junho, Zambelli já gerou um custo de R$ 654,6 mil em dinheiro público. Caso mantenha o mandato, o gabinete da parlamentar custa cerca de R$ 130 mil por mês aos cofres públicos.

A controvérsia decorre de uma condenação proferida pelo próprio STF em maio: Zambelli foi sentenciada a dez anos de prisão e perda do mandato por envolvimento na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) feita por Walter Delgatti Neto.

No entendimento do ministro Alexandre de Moraes, a Câmara não poderia ignorar a determinação do STF e decidir se aceitava ou não a perda do mandato. Em sua decisão, Moraes citou precedentes do tribunal desde o julgamento do mensalão, em 2012, nos quais o Supremo reconheceu que a perda automática de mandato deve ocorrer a partir do trânsito em julgado da condenação criminal — uma vez que a suspensão dos direitos políticos decorrente de sentença condenatória torna incompatível a manutenção de um mandato parlamentar.

Com isso, o STF deverá agora definir se mantém a determinação de Moraes e ordenar a posse imediata do suplente de Zambelli.