Da Redação | 11 de dezembro de 2025 - 19h20

Acusado de matar avô e neto nas Moreninhas irá a júri popular em 2026

Decisão da Justiça marca fase final do processo por duplo homicídio em Campo Grande

TRIBUNAL
Na noite de 24 de maio de 2025, mulher se desespera diante dos corpos de avô e neto, mortos a tiros na calçada da residência da família, no bairro Moreninhas, em Campo Grande (MS). - (Foto: Reprodução)

O jovem de 24 anos acusado de matar um avô e o neto no bairro Moreninhas, em Campo Grande, será julgado em júri popular em 2026. A decisão foi formalizada nesta quintafeira (11) pela 2ª Vara do Tribunal do Júri da cidade.

O crime ocorreu em 24 de maio de 2025 na residência da família na Rua Anacá. Na ocasião, o acusado, identificado como G. U. R., de 24 anos, teria ido até o local por acreditar que uma das vítimas estaria envolvida na morte de seu irmão.

O neto D. V. V., de 21 anos, e o avô N. C. V., de 67 anos e policial militar aposentado, foram alvejados a tiros em frente à casa da família. Nelson foi atingido enquanto tentava proteger o neto. Os disparos também atingiram o cão da família, que ficou ferido.

Segundo a denúncia, o acusado chegou ao local em uma motocicleta pilotada por um comparsa. No entanto, a Justiça entendeu que não havia provas suficientes para manter o segundo envolvido na prisão naquele momento, e ele acabou sendo liberado.

O réu será julgado por homicídio qualificado em razão de motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e por ter como alvo uma vítima com mais de 60 anos. Ele também pode responder por porte ilegal de arma de fogo e **maustratos ao animal ferido.

Histórico do caso

O episódio de maio de 2025 faz parte de uma sequência de violência na região, motivada por vingança. Em janeiro de 2024, o irmão do acusado, um adolescente identificado como G. A. U., foi executado com múltiplos tiros nas Moreninhas. Na época, testemunhas relataram que o atirador chegou em uma motocicleta com capacete e abriu fogo contra o jovem.

Após o duplo homicídio de maio, o acusado se apresentou à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) no dia seguinte, acompanhado de seu advogado. Ele confessou o crime e indicou onde a arma usada estava escondida.

Apesar da confissão, como o flagrante havia expirado e não existia mandado de prisão preventiva naquele momento, ele foi liberado após o depoimento, o que gerou repercussão pública.

Posteriormente, em junho de 2025, a Justiça decretou prisão preventiva do acusado, citando risco de fuga e força das evidências colhidas até então. A investigação contou com análise pericial da arma de fogo, comparação balística e depoimentos de testemunhas.

Pronúncia e rito do julgamento

Em 11 de dezembro de 2025, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri proferiu a pronúncia, ou seja, confirmou que há elementos suficientes para que o réu seja submetido ao julgamento pelo tribunal popular. A audiência de julgamento está prevista para ocorrer entre fevereiro e março de 2026, caso não haja apresentação de recursos.

A pronúncia incluiu as qualificadoras do homicídio, como motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa e o fato de uma das vítimas ser idosa.

O comparsa foi absolvido na fase de pronúncia por falta de provas suficientes para ligálo diretamente ao crime, inclusive por não ter sido identificado de forma clara por testemunhas.

O que muda com o júri popular

No rito do júri, um grupo de jurados vai decidir sobre a culpa do acusado com base nas provas e testemunhos apresentados em audiência. O julgamento pode resultar em condenação ou absolvição, conforme o entendimento dos jurados.

A família das vítimas acompanhou as fases do processo e participou de atos oficiais, incluindo audiências e oitivas de testemunhas.

Linha do tempo mostra como um tiro disparado em uma festa em 2022 desencadeou uma série de mortes por vingança, levando à prisão e julgamento de G.U.R. por duplo homicídio qualificado.