Acusado de matar avô e neto nas Moreninhas irá a júri popular em 2026
Decisão da Justiça marca fase final do processo por duplo homicídio em Campo Grande
TRIBUNALO jovem de 24 anos acusado de matar um avô e o neto no bairro Moreninhas, em Campo Grande, será julgado em júri popular em 2026. A decisão foi formalizada nesta quintafeira (11) pela 2ª Vara do Tribunal do Júri da cidade.
O crime ocorreu em 24 de maio de 2025 na residência da família na Rua Anacá. Na ocasião, o acusado, identificado como G. U. R., de 24 anos, teria ido até o local por acreditar que uma das vítimas estaria envolvida na morte de seu irmão.
O neto D. V. V., de 21 anos, e o avô N. C. V., de 67 anos e policial militar aposentado, foram alvejados a tiros em frente à casa da família. Nelson foi atingido enquanto tentava proteger o neto. Os disparos também atingiram o cão da família, que ficou ferido.
Segundo a denúncia, o acusado chegou ao local em uma motocicleta pilotada por um comparsa. No entanto, a Justiça entendeu que não havia provas suficientes para manter o segundo envolvido na prisão naquele momento, e ele acabou sendo liberado.
O réu será julgado por homicídio qualificado em razão de motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e por ter como alvo uma vítima com mais de 60 anos. Ele também pode responder por porte ilegal de arma de fogo e **maustratos ao animal ferido.
Histórico do caso
O episódio de maio de 2025 faz parte de uma sequência de violência na região, motivada por vingança. Em janeiro de 2024, o irmão do acusado, um adolescente identificado como G. A. U., foi executado com múltiplos tiros nas Moreninhas. Na época, testemunhas relataram que o atirador chegou em uma motocicleta com capacete e abriu fogo contra o jovem.
Após o duplo homicídio de maio, o acusado se apresentou à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) no dia seguinte, acompanhado de seu advogado. Ele confessou o crime e indicou onde a arma usada estava escondida.
Apesar da confissão, como o flagrante havia expirado e não existia mandado de prisão preventiva naquele momento, ele foi liberado após o depoimento, o que gerou repercussão pública.
Posteriormente, em junho de 2025, a Justiça decretou prisão preventiva do acusado, citando risco de fuga e força das evidências colhidas até então. A investigação contou com análise pericial da arma de fogo, comparação balística e depoimentos de testemunhas.
Pronúncia e rito do julgamento
Em 11 de dezembro de 2025, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri proferiu a pronúncia, ou seja, confirmou que há elementos suficientes para que o réu seja submetido ao julgamento pelo tribunal popular. A audiência de julgamento está prevista para ocorrer entre fevereiro e março de 2026, caso não haja apresentação de recursos.
A pronúncia incluiu as qualificadoras do homicídio, como motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa e o fato de uma das vítimas ser idosa.
O comparsa foi absolvido na fase de pronúncia por falta de provas suficientes para ligálo diretamente ao crime, inclusive por não ter sido identificado de forma clara por testemunhas.
O que muda com o júri popular
No rito do júri, um grupo de jurados vai decidir sobre a culpa do acusado com base nas provas e testemunhos apresentados em audiência. O julgamento pode resultar em condenação ou absolvição, conforme o entendimento dos jurados.
A família das vítimas acompanhou as fases do processo e participou de atos oficiais, incluindo audiências e oitivas de testemunhas.