Da Redação | 11 de dezembro de 2025 - 08h05

Uso de DNA eleva padrões periciais em MS

Com mais de 1 mil laudos emitidos e 5,4 mil perfis inseridos na Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, Estado avança no uso de genética forense

POLÍCIA CIENTÍFICA
Genética forense amplia eficiência das investigações em MS - Foto: Reprodução

O avanço da genética forense em Mato Grosso do Sul em 2025 colocou o Estado entre os principais usuários da tecnologia no país. De janeiro a novembro, a Polícia Científica produziu 1.100 laudos de DNA e superou 5,4 mil perfis genéticos cadastrados na Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). Os números mostram como a ferramenta vem ajudando na solução de crimes graves e também na retirada de inocentes do foco das investigações.

Os exames são realizados pelo Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), que trabalha com protocolos padronizados, rastreamento completo das amostras e auditorias frequentes. As rotinas seguem orientações da RIBPG e recomendações do SWGDAM, grupo internacional que define parâmetros técnicos para laboratórios de DNA.

A diretora do IALF, perita criminal Josemirtes Prado da Silva, afirma que o desempenho é resultado de um processo constante de qualificação. Ela explica que cada amostra é acompanhada desde a coleta até a emissão do laudo, com documentação de todas as fases. Segundo a diretora, esse cuidado garante segurança para o sistema de justiça e fortalece a confiança nos resultados.

A credibilidade do trabalho também é reforçada pelas avaliações externas. Além das auditorias internas e das inspeções do Ministério da Justiça, o IALF participa dos testes de proficiência do Grupo Ibero-Americano de Trabalho em DNA (GITAD), nos quais vem registrando 100% de acerto. Esses índices servem de base para decisões do Judiciário e do Ministério Público.

Fora do laboratório, a Polícia Científica realiza capacitações para padronizar a coleta de vestígios biológicos por peritos, médicos-legistas e profissionais das forças de segurança. Josemirtes destaca que quando o material chega corretamente identificado e acondicionado, a cadeia de custódia se fortalece e o trabalho ganha eficiência.

Outro passo importante para a área é a construção do Centro de Estudos e Pesquisas da Polícia Científica (CEPPCi). Com ordem de serviço assinada neste ano e investimento superior a R$ 12 milhões, o complexo vai reunir laboratórios modernos, espaços de capacitação, áreas de validação de métodos e ambientes voltados ao desenvolvimento tecnológico.