Redação O Estado de S. Paulo | 09 de dezembro de 2025 - 20h00

Augusto revela depressão de Milton Nascimento e como o pai retomou a carreira após período difícil

Filho do cantor contou que Milton ficou mais de um ano sem tocar e só voltou aos palcos após um show-teste em BH

FAMOSOS
Milton Nascimento superou fase difícil e voltou aos palcos após incentivo do filho, Augusto. - (Foto: @miltonbitucanascimento/Instagram)

Augusto Nascimento, filho e empresário de Milton Nascimento, revelou que o icônico cantor e compositor mineiro enfrentou um período de depressão profunda entre 2013 e 2014 e quase encerrou sua carreira musical definitivamente. O relato foi feito em entrevista à União Brasileira de Compositores (UBC).

“Meu pai teve um período depressivo severo. Eu não queria me mudar para o Rio, e ele ficava muito sozinho na cidade. Começou a ir para Juiz de Fora, onde eu fazia faculdade, para ficar perto de mim. Ele tinha parado a carreira, e não havia perspectiva de que fosse voltar”, contou Augusto.

A virada aconteceu quando Milton, após mais de um ano sem tocar, foi visto pelo filho ao piano, sozinho na sala. “Ali percebi que ele estava se reconectando com a música e propus fazer um show-teste”, relembrou. O concerto ocorreu no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, e foi um sucesso.

Augusto já cuidava dos direitos autorais do artista e acabou assumindo também a gestão da carreira. “Depois do show, ele saiu do palco me abraçando e pedindo para marcar mais apresentações. Depois de alguns meses, falei: ‘Bicho, acho que as pessoas acham que sou seu empresário.’ E ele respondeu: ‘O que você sente com isso?’ Eu disse: ‘Tudo bem.’ Ele falou: ‘Pronto.’ Assim começou”, disse Augusto, aos risos.

Milton Nascimento se despediu dos palcos em 2022 com uma turnê emocionante e, em 2024, lançou o álbum Milton + Esperanza, ao lado da cantora e compositora Esperanza Spalding.

Em outubro de 2024, a família anunciou que Milton foi diagnosticado com demência por corpos de Lewy (DCL), uma doença neurodegenerativa e irreversível. O quadro afeta a cognição, o movimento e a memória, exigindo acompanhamento constante. Desde então, Milton tem vivido sob cuidados médicos e apoio familiar.

Apesar do diagnóstico, a obra e o legado de Milton seguem vivos e celebrados por fãs no Brasil e no mundo.