O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) iniciou oficialmente as articulações para viabilizar sua candidatura à Presidência da República em 2026. Segundo o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), Flávio solicitou apoio aos presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio Rueda, durante reunião ocorrida na noite desta segunda-feira (8), em Brasília.

De acordo com Marinho, ambos os dirigentes se comprometeram a consultar suas respectivas bancadas e lideranças regionais antes de definir um posicionamento formal. A reunião contou também com a presença do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

“É evidente que há uma responsabilidade da presidência do PP como do presidente da União Brasil para que possam conversar com as suas respectivas bancadas, com governadores, com atores políticos que estão espalhados por todo o país para que, ao fim, possam nos trazer uma posição dos seus respectivos partidos”, afirmou o senador a jornalistas após o encontro.

A pré-candidatura de Flávio Bolsonaro foi lançada publicamente na última semana, com o aval do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. O movimento é interpretado por aliados como uma estratégia para antecipar a articulação da direita no cenário eleitoral, sobretudo diante da inelegibilidade de Bolsonaro até 2030.

Marinho reforçou que a iniciativa é concreta e não deve ser vista como uma manobra política momentânea. “A candidatura do senador Flávio é uma candidatura para valer. O PL tem uma candidatura, está claro”, disse.

Segundo ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro formalizou a decisão de passar o bastão ao filho. “Na última sexta-feira, o Bolsonaro colocou para o Flávio que a candidatura era dele, até para unificar a direita, para que nós possamos preservar o seu legado”, relatou.

Nesta terça-feira (9), o PL deve reunir integrantes dos diretórios estaduais para apresentar oficialmente o nome de Flávio como pré-candidato do partido. A intenção é construir uma base sólida de apoio interno e buscar o alinhamento nacional da sigla.

A movimentação nos bastidores também tem como objetivo formar um bloco conservador que reúna PL, PP e União Brasil, caso esses partidos decidam caminhar juntos na disputa presidencial de 2026.

Marinho, no entanto, ponderou que o processo de amadurecimento dessa aliança levará tempo. “Isso não vai acontecer nem hoje nem amanhã. A conversa que tivemos é que isso vai ser maturado, vai ser absorvido por todos, vamos ter um tempo para que haja essa definição”, explicou.

Com a exclusão de Jair Bolsonaro da corrida presidencial por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os partidos de direita passaram a buscar novas lideranças capazes de ocupar o espaço deixado pelo ex-presidente, que permanece como principal figura política da oposição ao governo Lula.

O nome de Flávio é visto com desconfiança por parte do eleitorado mais radical, mas é considerado dentro do PL como o único capaz de herdar o capital político do pai com legitimidade, por sua proximidade familiar e lealdade histórica.

Ainda assim, há resistências internas e articulações paralelas por parte de outros políticos da direita, o que pode dificultar a consolidação de uma candidatura única.