Bruna Camargo | 05 de dezembro de 2025 - 16h10

Fundos de investimento têm resgate líquido de R$ 16,4 bilhões em novembro, diz Anbima

Saídas foram puxadas por fundos de previdência e renda fixa; ETFs lideraram a captação positiva no mês

ECONOMIA
Fundos de previdência e renda fixa lideraram resgates em novembro; ETFs foram destaque positivo, segundo a Anbima - Foto: Freepik

Os fundos de investimento registraram resgate líquido de R$ 16,4 bilhões em novembro, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (5) pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O resultado representa uma reversão em relação ao mês anterior, quando as aplicações superaram os saques em R$ 13,4 bilhões. No acumulado de 2025, a indústria ainda mantém captação líquida positiva de R$ 145,5 bilhões, com patrimônio total de R$ 10,6 trilhões.

A maior retirada do mês veio dos fundos de previdência, com perdas líquidas de R$ 9,3 bilhões. Em seguida, os fundos de renda fixa também tiveram desempenho negativo, com resgates de R$ 7,7 bilhões, contraste com os resultados positivos dos dois meses anteriores, quando captaram R$ 53 bilhões (setembro) e R$ 12,2 bilhões (outubro).

Os fundos de ações registraram resgates líquidos de R$ 1,2 bilhão, enquanto os multimercados tiveram saídas de R$ 884,7 milhões. No caso dos fundos de ações, os do tipo livre (que não seguem uma estratégia específica) lideraram as retiradas, somando R$ 2,3 bilhões. Já entre os multimercados, os fundos macro (baseados em cenários macroeconômicos) perderam R$ 1,6 bilhão.

Rentabilidade segura e perspectiva de juros em queda - Apesar da taxa Selic seguir no maior patamar em mais de uma década, o Ibovespa subiu cerca de 6% em novembro e acumula alta de mais de 30% em 2025. Para Pedro Rudge, diretor da Anbima, o cenário justifica um movimento mais moderado de resgates nos fundos de ações e multimercados. “Esse desempenho reforça a importância de o investidor ter uma alocação diversificada. Com a expectativa de queda dos juros no próximo ano, os resgates estão mais contidos", afirmou.

Na outra ponta, os ETFs (fundos de índice) lideraram a captação líquida positiva do mês, com entradas de R$ 5,1 bilhões — divididas entre R$ 2 bilhões em ETFs de renda fixa e R$ 3 bilhões em ETFs de renda variável. Os Fundos de Investimento em Participações (FIPs) também fecharam o mês com saldo positivo, captando R$ 1 bilhão.

Já os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) apresentaram resgates líquidos de R$ 3,6 bilhões. Contudo, a Anbima apontou que esse número foi distorcido por uma única operação: um fundo específico teve retirada de R$ 5,5 bilhões. Sem esse caso, a captação líquida da categoria teria sido positiva em R$ 1,4 bilhão.

Melhores desempenhos do mês - Entre os fundos de ações, os FMP-FGTS, que utilizam recursos do FGTS para investir em ações de estatais — foram destaque em rentabilidade, com retorno de 8,95% em novembro. Também tiveram bom desempenho os fundos setoriais (7,30%) e os indexados (6,39%).

Nos multimercados, os fundos long and short direcional lideraram, com retorno de 2,48%. Outros destaques foram os fundos capital protegido (1,65%) e os dinâmicos (1,24%).

Na renda fixa, os fundos do tipo duração alta soberano, que investem exclusivamente em títulos públicos federais, apresentaram o melhor retorno da categoria, com 1,28%.