Banco do Brasil renegocia R$ 1,8 bilhão em dívidas de produtores no RS
Mais de 30 mil agricultores gaúchos podem acessar condições especiais de pagamento previstas na Medida Provisória 1.314
ECONOMIAO Banco do Brasil anunciou nesta semana a renegociação de R$ 1,8 bilhão em dívidas de produtores rurais no Rio Grande do Sul, com base nas condições estabelecidas pela Medida Provisória 1.314/2025. A iniciativa oferece regras especiais para a liquidação e amortização de operações de custeio, investimento e Cédulas de Produto Rural (CPRs), com o objetivo de aliviar o impacto financeiro enfrentado por agricultores afetados por perdas consecutivas nas safras desde 2020.
Do valor total renegociado, R$ 672 milhões correspondem a operações com recursos livres, enquanto R$ 1,2 bilhão são referentes a fontes controladas, como linhas de financiamento com recursos operados pelo BNDES.
A medida beneficia produtores que tiveram perdas mínimas de 30% em pelo menos duas safras desde 2020, comprometimento do fluxo de caixa e que estejam localizados em municípios considerados elegíveis pela MP. Esses agricultores podem ter acesso a condições facilitadas de pagamento, com prazos que chegam a até nove anos.
Segundo o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, ainda há produtores que se enquadram nos critérios da Medida Provisória e não procuraram a instituição para renegociar. “Sabemos que cada um deles vive uma combinação diferente de fatores, como preço, clima, juros e prorrogações anteriores. Por isso é importante nos procurar para ajustar parcelas e dar fôlego imediato ao fluxo de caixa”, afirmou.
O banco estima que mais de 30 mil produtores rurais do Rio Grande do Sul estejam aptos a aderir às renegociações. A expectativa é que o volume de dívidas regularizadas aumente nas próximas semanas, conforme mais produtores tomem conhecimento da possibilidade e busquem atendimento junto ao BB.
A Medida Provisória 1.314/2025 foi editada pelo governo federal para mitigar os impactos das perdas agrícolas acumuladas por eventos climáticos extremos e oscilações de mercado que afetaram fortemente o setor nos últimos anos, especialmente no Sul do país.